A Corte de Magistrados de Jerusalém, parte do judiciário israelense, ordenou a transferência de um colono que assassinou Qusai Maatan, cidadão palestino de apenas 19 anos, na última semana, na Cisjordânia ocupada.
Agora, o mesmo tribunal indeferiu um pedido da polícia para estender a detenção de Yehiel Indore, também responsável pelo crime, ao minimizar sua acusação de homicídio doloso.
Segundo o jornal Haaretz, os juízes alegaram que “mesmo que haja suspeita razoável para a prisão de Indore, e extensão desta, não basta agora para deixá-lo atrás das grades”.
“As forças mudaram de tal forma que se justifica transferir Indore a uma alternativa à prisão, sob condições restritivas, para que continue o inquérito”, insistiu a corte. Entre as restrições, está a proibição de que o colono extremista use o celular.
Na sexta-feira (11), a polícia da ocupação israelense retirou suas acusações de crime de ódio contra Indore, durante audiência de custódia, embora tenha mantido as “suspeitas” sobre o assassinato de Maatan.
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Dois colonos ilegais, Indore e Elisha Yared, foram presos após cometerem o crime perto da aldeia de Burqa. Conforme testemunhas, um grupo de 150 a 200 colonos invadiu o local, ao atirar pedras, incendiar veículos e agredir moradores. Confrontados, executaram o jovem e feriram muitos outros.
Yared foi transferido à prisão domiciliar em 8 de agosto.
A Cisjordânia vivencia uma escalada de ataques de colonos ilegais contra cidades e aldeias, em particular, desde a posse do novo governo de Benjamin Netanyahu, considerado o mais extremista na história de Israel, em janeiro deste ano.
Os ataques são descritos como pogroms por ongs internacionais e mesmo oficiais de Israel.
O incidente em Burqa, que incorreu no assassinato de Maatan, levou a uma rara condenação firme dos Estados Unidos, ao descrevê-la como “agressão terrorista perpetrada por colonos israelenses extremistas”.
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