Com a crise no Níger, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, atua para levar assistência de emergência às pessoas na escala apropriada. Pelo menos 3,3 milhões de pessoas, ou 13% da população, sofrem de insegurança alimentar aguda.
A agência da ONU precisa de US$ 71 milhões para sustentar as operações no Níger até janeiro e alerta que o número aumentará se a crise se aprofundar.
Trabalho vital
Somente na primeira semana de agosto, as equipes do PMA entregaram alimentos vitais para 140 mil pessoas em todo o país e cuidados vitais de desnutrição para 74 mil crianças.
Para a diretora regional interina da agência na África Ocidental, independente da situação política, a entidade deve continuar os esforços humanitários e de resiliência.
Margot van der Velden afirma que o trabalho do PMA é vital, especialmente para as pessoas mais vulneráveis. Para ela, o foco deve ser em dar suporte para as comunidades durante o período de escassez entre as colheitas.
A representante adiciona que sem financiamento adequado, as consequências serão graves e além do Níger. Ela destaca que, no Sahel, as crises não reconhecem fronteiras.
LEIA: Tropas francesas realizam ataque militar contra a Guarda Nacional no Níger
Segundo a agência, o país da África Ocidental é uma rota crítica da cadeia de suprimentos para os países vizinhos que também enfrentam crises e necessidades humanitárias sem precedentes.
Assistência alimentar de emergência
Dados apontam que há 698 mil pessoas deslocadas à força, incluindo 358 mil deslocados internos.
Mesmo nas circunstâncias singularmente desafiadoras que enfrentam agora, a equipe do PMA está no local, trabalhando com parceiros para atender às necessidades do povo do Níger.
Com as distribuições em andamento, a expetativa é alcançar mais de 1 milhão de pessoas com assistência alimentar de emergência somente em agosto.
Outras 180 mil pessoas afetadas por choques climáticos também continuam a receber transferências de proteção social como parte da assistência do PMA durante todo o ano.
Fechamento de fronteiras
Embora a principal temporada de colheita comece em outubro, as comunidades em todo o Níger que se beneficiam do apoio à construção de resiliência continuam a desenvolver e manter a terra restaurada e a produzir alimentos.
No entanto, sanções e fechamento de fronteiras estão afetando muito o fornecimento de alimentos vitais e suprimentos médicos para o Níger.
LEIA: Argélia alerta contra intervenção estrangeira no Níger
O PMA expressa preocupações com os efeitos, particularmente o risco de que o aumento dos preços coloque os alimentos básicos ainda mais fora do alcance das pessoas em circunstâncias já consideradas terríveis.
Financiamento humanitário
O agravamento da situação humanitária ocorre em um momento em que a agência está reduzindo as porções globalmente por falta de fundos.
Van der Velden afirma que a falta de financaimento priva milhões de pessoas de receberem assistência que não apenas “coloca comida em seus pratos, mas protege seus meios de subsistência”.
Em 2022, enquanto o Níger enfrentava uma crise alimentar sem precedentes, o PMA ampliou sua assistência vital para alcançar aqueles em necessidade crítica, reforçando as atividades de resiliência para apoiar os avanços de soluções sustentáveis de segurança alimentar.
Em coordenação com o governo e parceiros, cerca de 4,2 milhões de pessoas receberam assistência alimentar e nutricional.
Publicado originalmente em ONU News