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Especialistas da ONU alarmados com violência sexual no Sudão

Refugiados do Sudão esperam para recolher itens não alimentares essenciais durante a distribuição em Koufroun, uma aldeia chadiana perto da fronteira sudanesa. [Donaig Le Du/UNICEF]

Especialistas da ONU expressaram preocupação com relatos de “uso brutal e generalizado de estupro e outras formas de violência sexual” no conflito que já dura quatro meses no Sudão.

Os relatores apontam que as Forças de Apoio Rápido estariam cometendo violações generalizadas. Mulheres e meninas também teriam sido submetidas a desaparecimento forçado e exploração sexual.

Fim da violência

Os especialistas em direitos humanos pedem pelo fim da violência no Sudão e alerta que o conflito levou a enormes consequências humanitárias.

Segundo eles, milhares de civis foram mortos e outros milhões forçados a deixar suas casas. Quase 700 mil refugiados e requerentes de asilo foram deixaram os locais de origem para os países vizinhos.

Ao apelar às partes em conflito para acabar com as violações da lei humanitária e de direitos humanos, os especialistas expressaram preocupação específica com relatórios consistentes de violações generalizadas pelo Forças de Apoio Rápido.

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De acordo com alegações, centenas de mulheres foram detidas pelos paramilitares, “mantidas em condições desumanas ou degradantes, sujeitas a agressão sexual e são vulneráveis à escravidão sexual”.

Violência sexual

Segundo os relatores, mulheres e meninas sudanesas em centros urbanos, incluindo em Darfur, têm sido particularmente vulneráveis à violência.

Eles adicionam que a vida e a segurança de mulheres e meninas migrantes e refugiadas, principalmente da Eritreia e do Sudão do Sul, também foram seriamente afetadas.

Os relatos apontam que homens identificados como membros das Forças de Apoio Rápido estão usando estupro e violência sexual de mulheres e meninas como ferramentas para punir e aterrorizar as comunidades. Alguns casos relatados parecem ter motivação étnica e racial.

Atendimento às vítimas

Os especialistas disseram que a capacidade de apoiar e atender as vítimas da violência foi significativamente prejudicada pelos combates, o que impediu o acesso às vítimas, comunidades e áreas afetadas pelo conflito.

Eles observaram que tem sido um desafio para trabalhadores locais e internacionais alcançar as pessoas afetadas.

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Também há evidências de que mulheres defensoras locais dos direitos humanos também foram alvos diretos.

Por isso, eles destacam que a assistência e proteção às vítimas e o acesso a soluções eficazes devem ser fornecidos a mulheres e meninas.

Tolerância zero 

Os especialistas observaram que, apesar da política declarada de tolerância zero da Forças de Apoio Rápido para violência sexual e de gênero, a prática desses e outros supostos crimes foi repetidamente atribuída aos paramilitares.

Para os especialistas, as Forças de Apoio Rápido devem demonstrar seu compromisso de defender as obrigações humanitárias e de direitos humanos, incluindo a prevenção da violência sexual e de gênero e o tráfico de pessoas, facilitando o acesso humanitário e garantindo a responsabilização dos atos.

Os especialistas lembraram a todas as partes em conflito que seus combatentes devem seguir rigorosamente as leis internacionais humanitárias e de direitos humanos aplicáveis e instaram à resolução pacífica do conflito.

Eles também pediram à comunidade internacional que investigue as supostas violações do direito internacional humanitário e dos direitos humanos.

*Os especialistas fazem parte dos Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Os peritos são independentes e trabalham de forma voluntária. Eles não são funcionários da ONU e não recebem salário por seu trabalho.

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Publicado originalmente em ONU News

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