O aplicativo X – antes conhecido como Twitter – usará uma empresa de tecnologia radicada em Israel como parte do processo de verificação de novos usuários, segundo reportagem da rede PC Magazine.
Usuários terão de encaminhar uma foto de seu documento de identidade e outra de rosto, a serem processadas pela companhia terceirizada Au10tix.
A plataforma afirma armazenar imagens e dados biométricos por 30 dias, sob supostos “fins de segurança, incluindo prevenção de contas falsas”. O serviço acompanha a imposição de taxas mensais a usuários verificados desde o último ano, conforme uma série de mudanças adotadas por Elon Musk, que comprou a rede por US$44 bilhões.
Usuários, contudo, expressaram insatisfação e ameaçaram desativar suas contas, ao reiterar que Israel utiliza tecnologias de vigilância contra ativistas e jornalistas em todo o mundo.
Oh HELL NO. Especially because identity verification in Israel is used to find and target Palestinians. I can only see their technology getting smarter the more IDs they verify and collect. https://t.co/h0IprY8gSG
— nuhahaha.bsky.social (@nuhanotnoah) August 20, 2023
Twitter verification is probably a good thing… but I won't be giving my details to any company based in the fascist apartheid state of Israel. https://t.co/LKNMQpyF5D
— Bikey McBikeface (@BikeyMcBikeface) August 19, 2023
Uma pesquisa realizada neste ano nas cidades de Hebron (Al-Khalil) e Jerusalém Oriental, na Cisjordânia ocupada, pela Anistia Internacional, revelou que o exército recorre a um sistema de câmeras chamado “Lobo Vermelho” para compilar perfis individuais palestinos, a serem aplicados nos postos de controle militar.
O relatório – intitulado Automated Apartheid (Apartheid automatizado) – “demonstra como esta vigilância é parte de esforços deliberados, perpetrados pelas autoridades de Israel, para criar um ambiente hostil e coercitivo contra os palestinos”.
Recentemente, Tel Aviv instalou metralhadoras controladas por inteligência artificial em um checkpoint de Hebron, para alvejar cidadãos palestinos. Fabricada pela empresa local Smart Shooter, as armas disparam bombas de borracha, efeito moral e gás lacrimogêneo.
Palestinos de Hebron são assediados diariamente por soldados e colonos ilegais que buscam expulsá-los de suas terras para dar lugar a assentamentos exclusivamente judaicos.
A Anistia pediu à comunidade internacional que estabeleça regulações e proibições globais à venda de armas e equipamentos de vigilância ao Estado ocupante. “Autoridades israelenses usam reconhecimento facial para entrincheirar seu apartheid”, destacou o relatório.
ASSISTA: Câmera de segurança flagram agentes israelenses à paisana abduzindo jovem em Jenin