Após dez anos, sobreviventes dos ataques químicos perpetrados pelo regime sírio de Bashar al-Assad à região de Ghouta, na periferia de Damasco, ainda reivindicam justiça.
O massacre matou mais de 1.400 pessoas, sobretudo mulheres e crianças.
Em 2018, o regime realizou um novo ataque com armas químicas a Ghouta Oriental, deixando 78 mortos, a fim de estender seu controle a toda a região. Milhares de famílias foram forçadas a deixar a região rumo ao norte do país.
Ahmed Abu Muhammad recorda se esconder em abrigos durante os bombardeios.
“Estávamos perto de um alvo. Ninguém podia se mexer. Todos foram afetados por aquele cheiro horrível”, reportou Ahmed. “Quatro meses depois, minha esposa engravidou. Fazíamos exames mensais, mas meu filho Ali nasceu com apenas dois dedos na mão direita. Ficamos com medo de ter outro filho”.
Ahmed reivindicou justiça da comunidade internacional, ao reiterar que os responsáveis são notórios, mas ninguém foi indiciado. “Queremos justiça para as vítimas. Famílias inteiras morreram de asfixia. Foi um dia terrível, que jamais vamos esquecer”.
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