Multidões entoaram palavras de ordem contra o governo sírio de Bashar al-Assad em cerca de dez cidades e aldeias na província de Sweida, no sul da Síria, nesta terça-feira (22), reportaram ativistas e organizações de direitos humanos.
Protestos contra a política econômica do regime se espalharam por bastiões governistas, segundo informações da agência de notícias Reuters.
“O povo quer a queda do regime!”, gritou uma multidão na capital homônima da província, conforme relatos de um coletivo local.
Em outra cidade, um menino exibiu um cartaz com os dizeres “Por que o salgadinho está tão caro?”, em referência à carestia de bens alimentares.
A Síria vive uma profunda crise econômica à medida que o valor da moeda bate sucessivos recordes em queda livre. Na semana passada, foram registrados índices de 15.500 libras sírias para cada dólar contra 47 libras por dólar no início da guerra civil, em 2011.
Sweida abriga a maior comunidade drusa da Síria e permaneceu nas mãos do governo ao longo da guerra, sem grandes tribulações como vistas no restante do país. Críticas eloquentes ao regime são ocorrência rara nas áreas sob seu controle.
Atos contrários a Assad, no entanto, se deflagraram na província na última semana, devido ao aumento nos preços da gasolina.
Segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, ong que monitora as condições da guerra, as manifestações chegaram a ao menos 11 cidades e aldeias. Em várias áreas, instituições fecharam as portas devido aos protestos, reportou a organização.
Autoridades em Damasco não comentaram sobre os atos até então. O jornal governista Al-Watan, confirmou o fechamento de bancos, padarias e órgãos públicos.
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