O ministro de Relações Exteriores da Argélia, Ahmed Ataf, deu início nesta quarta-feira (23) um tour diplomático a três Estados-membros da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Ecowas), a fim de encontrar soluções para a crise no Níger, deflagrada por um golpe militar, reportou a chancelaria no Twitter.
Conforme o comunicado, o presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, instruiu o ministro a visitar Nigéria, Benin e Gana para realizar “consultas sobre a crise no Níger e encontrar formas de solucioná-la”.
A ideia é “contribuir para uma solução política que poupe o país e toda a região das repercussões de uma possível escalada”, acrescentou a pasta.
Tebboune reafirmou seu “repúdio categórico a qualquer intervenção militar estrangeira” no Níger, ao advertir para “ameaças diretas” a seu país. “Não haverá solução que nos exclua, somos os mais preocupados com essa situação”, reiterou o presidente.
A Argélia compartilha mil quilômetros de fronteira com o Níger.
Em nota deferida na terça-feira (22), o Conselho de Paz e Segurança (PSC) da União Africana confirmou “suspender a participação do Níger em todas as atividades do bloco e de suas instituições até restauração efetiva da ordem constitucional no país”.
Em 10 de agosto, a Ecowas anunciou intenções de empregar uma coalizão regional para reverter a deposição do presidente Mohamed Bazoum.
Tebboune, no entanto, alertou que, caso fosse realizada uma operação militar, “todo o Sahel arderia em chamas”, ao destacar que Mali e Burkina Faso estão dispostos a combater ao lado do exército nigerino contra seus vizinhos da África Ocidental.
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