Umar Ata Bandial, presidente da Suprema Corte do Paquistão, confirmou nesta quarta-feira (22) que há lacunas legais na condenação por corrupção do ex-premiê Imran Khan, de acordo com documentos judiciais reportados pela imprensa.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“À primeira vista, há deficiências no veredito”, declarou Bandial, diante de uma petição de Khan para contestar a jurisdição do Tribunal de Islamabad sobre seu caso.
Bandial deve se aposentar em setembro, mas prometeu aguardar a decisão do Tribunal de Islamabad sobre os recursos do ex-premiê antes de “interferir” na matéria. “Não interviremos no caso no momento. Vejamos como procede a audiência amanhã [24] para então reaver a tramitação”, confirmou o ministro.
Khan, chefe do partido Movimento Paquistanês por Justiça (PTI), continua em custódia na cidade de Attock, no noroeste do país, sob pena de três anos por omitir detalhes de presentes recebidos como chefe de governo, nos quatro anos de seu mandato.
Conforme Bandial, o processo carece de passos fundamentais: “Quais oportunidades de defesa foram realmente dadas ao réu? A corte, após anunciar o processo três vezes, condenou o suspeito e o enviou à cadeia; no entanto, sem sequer ouvi-lo”.
Após sua condenação, Khan teve seus direitos políticos cassados pelo órgão eleitoral federal pelo período de cinco anos.
O ex-atleta de críquete, que construiu uma carreira política após deixar os campos, é o único premiê a ser deposto via moção de censura – similar a impeachment – na história do Paquistão, em votação realizada em abril de 2022. Desde então, enfrenta diversos processos judiciais, os quais descreve como perseguição política.
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