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Protestos tomam cidade drusa na Síria pelo quinto dia consecutivo

Centenas de pessoas na cidade predominantemente drusa de Sweida, no sudoeste da Síria, tomaram as ruas pelo quinto dia consecutivo nesta quinta-feira (24), em protesto à deterioração das condições econômicas.

As informações são da agência de notícias Reuters.

Moradores marcharam à praça matriz após uma série de manifestações civis se espalhar pela cidade desde o fim de semana, devido ao súbito aumento no custo da gasolina.

Líderes religiosos drusos, costumeiramente governistas, reuniram-se pela primeira vez desde a deflagração dos protestos, ao consentir com o direito de manifestação contra ações do governo, muito embora tenham evitado ressoar apelos pela queda de Assad.

“Os protestos representam o direito de voz do povo sírio”, comentou o sheikh Hikmat Hajri, líder espiritual da comunidade drusa na Síria. Hajri, no entanto, condenou atos de “vandalismo” da última semana, como queima de pneus e bloqueio de vias.

Na quarta-feira (23), manifestantes atearam fogo a um enorme retrato de Assad pendurado na praça matriz, aos gritos de “Fora Assad! Queremos comer!”.

LEIA: Protestos contra o governo de Assad se espalham no sul da Síria

Algumas das palavras de ordem ecoaram as primeiras manifestações da Primavera Árabe na Síria, no começo de 2011, cuja repressão brutal pelo regime deflagrou a guerra civil.

Fontes de segurança confirmaram que as autoridades na capital Damasco vêm sendo cautelosas para evitar maiores escaladas em Sweida.

A cidade permaneceu nas mãos do governo durante o conflito e sua minoria drusa evitou aderir às batalhas entre rebeldes de maioria sunita e a ditadura de Assad.

A Síria vive uma profunda crise econômica, incluindo colapso da moeda, carestia de bens alimentares e escassez de produtos básicos. O governo insiste em culpar as sanções ocidentais pelos problemas do país.

Oficiais de segurança e diplomacia de Damasco temem que os protestos em Sweida tomem toda a costa mediterrânea, considerada bastião da minoria alauíta à qual pertence o presidente sírio, onde apelos por greve começaram a emergir.

A imprensa estatal não mencionou as manifestações, mas comentaristas pró-governo culparam potências estrangeiras pelo levante e alertaram para o risco de caos.

“Caso o regime declare guerra à província, entrará em um ciclo de derramamento de sangue do qual fomos poupados até então, que abrirá as portas a todo tipo de eventualidade”, comentou Ryan Marouf, ativista e editor do website Suwayda24, à agência Reuters.

LEIA: ONU alerta para consequências do impasse em uma solução política na Síria

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