A arte da caligrafia é tema de uma exposição de curta duração no Museu da Imigração, em São Paulo. Ali, 15 telas compostas por artistas dos Emirados Árabes Unidos retratam uma das principais formas de expressão artística visual dos povos árabes. Depois de São Paulo, a exposição seguirá para outras cidades.
Em uma sala dedicada à mostra, os visitantes podem conferir telas de alguns expoentes da caligrafia, que busca representar por meio da forma gráfica das palavras o sentimento e a expressão do artista. Muitos dos dizeres representados pela caligrafia apresentam versos e citações do Alcorão, o livro sagrado do islamismo. A caligrafia é, desde 2021, reconhecida como patrimônio cultural imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Da inauguração da mostra “Tesouros da caligrafia árabe”, realizada na sexta-feira (25), participaram o embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Brasília, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi, o cônsul-geral dos Emirados Árabes em São Paulo, Abdalla Yousif Abdalla Shaheen, e os diretores da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Riad Younes, Arthur Jafet e Mohamad Abdouni Neto, entre outros convidados.
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“Acho que podemos construir pontes de várias formas. E uma delas é por meio da cultura. Os negócios são importantes, claro, e trazem resultados e receitas. Mas a cultura é algo que apoiamos e cria laços que duram por muito tempo”, disse o embaixador à ANBA. A mostra foi criada por iniciativa da embaixada, que também organiza a exibição.
Na sala reservada aos “Tesouros da caligrafia árabe” as telas retratam provérbios árabes e trechos do Alcorão. Uma delas, de Taj Al Ser, representa o provérbio “A beleza da palavra reflete a perfeição do pensamento”. Outra, de Anwar al Halwani, traz um versículo do Alcorão.
De acordo com o presidente da Sociedade dos Emirados para Caligrafia Árabe e Ornamento Islâmico, Khalid Ali Al Jallaf, uma das características da caligrafia árabe é a flexibilidade. Por isso, a arte pode assumir diversas formas. “Cada tela que o artista faz é diferente, porque a sua composição depende do que ele está sentindo no dia, como está seu humor, o que aconteceu”, disse”. “A arte é uma forma de promover o softpower”, completou.
No sábado (26), Jallaf conduzirá uma oficina sobre caligrafia no próprio Museu da Imigração, às 15h. Ele também apresentará, às 10h de segunda-feira (28), uma palestra sobre o tema na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).
FOTOS: Calígrafo palestino transforma interior de mesquitas
Serviço
Tesouros da caligrafia árabe
De 25 de agosto a 03 de setembro
Museu da Imigração
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316, Mooca, São Paulo – SP
Terça-feira a sábado, das 9h às 18h
Domingos, das 10h às 18h
Ingressos: R$ 10.
Grátis aos sábados.
Mais informações no site do museu
Publicado originalmente em ANBA