Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) enviaram uma carta para expressar preocupação sobre questões ambientais à gigante de petróleo saudita Aramco, ao reiterar que a expansão de sua exploração e produção de combustíveis fósseis representa risco de direitos humanos, segundo documento publicado nesta sexta-feira (25).
As informações são da agência de notícias Reuters.
A empresa não comentou os alertas até então. Previamente, respondeu a críticas ao prometer estabelecer uma rede de zero emissão de carbono até 2050.
Quatro experts, junto de um grupo de trabalho das Nações Unidas, emitiram sua mensagem a Amin Nasser, diretor executivo (CEO) da Aramco.
A carta declara “apreensão gravíssima sobre os impactos adversos de direitos humanos causados por atividades como exploração de combustíveis fósseis, que colaboram para mudanças climáticas”.
Segundo a carta, datada de 26 de junho, os impactos negativos incluem grave prejuízo ao direito universal a um ambiente saudável, como “ameaça existencial de direitos humanos imposta pelo aquecimento global”.
Os especialistas advertiram ainda que as atividades da Aramco são lesivas ao Acordo de Paris de 2015 e esforços de cooperação internacional. A mensagem destacou ainda que empresas estatais têm “dupla responsabilidade” em cumprir padrões internacionais.
Recomendações da ONU não têm caráter vinculativo, mas são ferramentas importantes para conscientizar autoridades sobre problemas de direitos humanos.
O documento foi enviado ao governo saudita e uma lista de bancos e empresas ligadas às operações da Aramco; contudo, sem resposta.
LEIA: O Oriente Médio desempenha um papel vital na produção global de petróleo