O primeiro-ministro da Líbia, Abdul Hamid Dbeibeh, exonerou nesta segunda-feira (28) a ministra de Relações Exteriores da Líbia, Najla al-Mangoush, um dia depois de Eli Cohen, chanceler israelense, afirmar ter se encontrado com sua colega africana em Roma.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Dbeibeh tomou a decisão de demitir al-Mangoush durante visita à embaixada palestina em Trípoli, segundo relatos. O premiê reiterou ao emissário local da Autoridade Palestina (AP), Mohammad Rahhal, que as ações da ministra “não representam as posições do governo e do povo da Líbia”.
No domingo (27), Cohen enalteceu o suposto encontro com al-Mangoush sob pretexto de explorar possibilidades de cooperação e relações entre os países, assim como preservar o patrimônio da comunidade judaica na Líbia.
A chancelaria em Trípoli, no entanto, insistiu que a reunião foi “informal” e “improvisada”, sem envolver quaisquer consultas ou acordos oficiais.
O jornal em hebraico Yedioth Ahronoth, ao citar fontes anônimas, afirmou que o encontro foi “coordenado no mais alto nível” e ocorreu com conhecimento do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
O primeiro diálogo entre ministros de política externa da Líbia e de Israel – ao menos que se tem notícia – deflagrou uma onda de protestos acalorados na nação africana. Manifestantes obstruíram vias e atearam fogo à residência oficial da chanceler. Al-Mangoush fugiu do país.
Trípoli não reconhece Israel, tampouco tem relações diplomáticas com Tel Aviv.
Seis países árabes têm acordos de normalização com Israel: Egito (1979); Jordânia (1994); Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos (2020).
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