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Arábia Saudita considera acordo nuclear com China e Rússia para pressionar EUA

Príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, recebe presidente da China, Xi Jinping, no Palácio de Yamamah, na capital Riad, em 8 de dezembro de 2022 [Corte Real Saudita/Agência Anadolu]

Conforme relatos, a Arábia Saudita está considerando propostas de China, Rússia e França para avançar em seu ambicioso projeto de energia atômica, ao pressionar a Casa Branca a um acordo de segurança.

Mesmo como maior exportador de petróleo do mundo, o reino expressou firme interesse em desenvolver um programa nuclear de natureza supostamente civil.

Os Estados Unidos são a primeira escolha como parceiro no projeto, mas resistem à ideia. Conforme rumores, a matéria é parte das negociações sobre uma eventual normalização entre Arábia Saudita e Israel.

A instauração de laços entre a monarquia e o regime ocupante é promovida como eventual vitória diplomática do governo de Joe Biden às vésperas do ano eleitoral. Entretanto, todas as partes envolvidas expõem algum tipo de apreensão.

Washington e Tel Aviv guardam receios sobre a falta de restrições ao enriquecimento de urânio por Riad. O país árabe alega condicionar o acordo à questão palestina.

LEIA: A proposta dos EUA para resgatar Israel é tão ofensiva quanto ridícula

Todavia, conforme fontes internas em condição de anonimato, sob a hesitação americana, o reino se voltou a alternativas em Paris, Pequim e Moscou. Segundo o jornal Financial Times, Riad deve escolher a melhor oferta sobre a mesa, embora tenha preferência pela tecnologia dos Estados Unidos.

Israel, por outro lado, teme a proliferação nuclear no volátil Oriente Médio. O ministro de Assuntos Estratégicos do Estado sionista, Ron Dermer, confirmou a possibilidade de o país árabe buscar parcerias com outras partes, sobretudo a China, caso Washington insista em sua negativa.

A aproximação cada vez maior entre Pequim e Riad é outra dor de cabeça aos Estados Unidos. O reino se afastou da esfera americana desde 2020 e foi introduzido na última semana ao bloco dos Brics de países emergentes.

Além disso, o governo chinês foi responsável por mediar a normalização entre Arábia Saudita e Irã, até então seu maior adversário regional.

Apesar dos avanços chineses, no entanto, a monarquia continua dependente de garantias de segurança do Pentágono, incluindo ambições da anuência americana a um pacto robusto de defesa, equivalente a termos firmados com Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Diante de tais ponderações complexas, Jake Sullivan, assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, declarou que Biden buscará recomendações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre uma eventual parceria com o reino saudita.

“Há ainda coisas a tratar”, comentou Sullivan.

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