A Palestina agradeceu ontem à Líbia por reiterar a sua recusa em normalizar as relações com Israel, informou a agência de notícias Anadolu.
No início do dia, o primeiro-ministro líbio, Abdul Hamid Dbeibeh, demitiu a ministra das Relações Exteriores, Najla Al-Mangoush, depois de ela ter mantido uma reunião secreta na semana passada com seu homólogo israelense, Eli Cohen, em Roma.
Dbeibeh também visitou a Embaixada da Palestina em Trípoli para reiterar o apoio do seu governo à luta palestiniana contra a ocupação israelita.
Ele “reiterou o seu apoio absoluto ao povo palestiniano na sua busca legítima para recuperar todos os seus direitos e para o estabelecimento do seu Estado independente com Jerusalém como capital”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano num comunicado.
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O ministério disse que “aprecia as posições expressadas por Dbeibeh e a sua presença pessoal na embaixada”.
“A dimensão das reações partidárias e populares à reunião do ministro dos Negócios Estrangeiros da Líbia com o seu homólogo israelense é um reflexo da posição firme do povo líbio e das suas instituições em apoio à causa palestiniana”, acrescentou.
A primeira reunião pública entre os ministros dos Negócios Estrangeiros israelita e líbio desencadeou uma tempestade de raiva e protestos na Líbia.
O Ministério das Relações Exteriores da Líbia disse que a reunião foi “informal” e “improvisada” e não envolveu quaisquer discussões, acordos ou consultas.
No entanto, o jornal israelense Yedioth Ahronoth, citando autoridades israelenses não identificadas, disse que a reunião foi “coordenada ao mais alto nível” entre os dois países e ocorreu com o conhecimento do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A Líbia não reconhece Israel e não tem relações diplomáticas com Tel Aviv. É proibido fazê-lo por lei e os infratores podem pegar até dez anos de prisão.
Seis países árabes estabeleceram laços diplomáticos com Israel, começando com o Egito em 1979, a Jordânia em 1994, e os Emirados Árabes Unidos (EAU), Bahrein, Sudão e Marrocos em 2020.