A Anistia Internacional condenou a demolição da casa dos familiares de um menino palestino detido como medida punitiva arbitrária, ao acusá-lo de um crime que não cometeu.
Em nota divulgada na sexta-feira (25), o grupo de direitos humanos denunciou a Suprema Corte de Israel por autorizar “a demolição punitiva da residência da família de um menino palestino de apenas 13 anos que passou os últimos seis meses em prisão preventiva [sem julgamento] sob acusações injustas”.
“Em fevereiro de 2023, Mohammed Zalabani tentou realizar um ataque a faca contra um policial de fronteira de Israel em um ônibus que passava por um checkpoint instalado no campo de refugiados de Shu’afat, na cidade ocupada de Jerusalém Oriental”, informou a Anistia. “[Zalabani] foi rendido, mas instantes depois um segurança particular israelense acidentalmente baleou o policial, resultando em sua morte”.
A autópsia confirmou que o policial faleceu devido ao tiro, mas o menino palestino foi indiciado por homicídio, à espera de julgamento desde então.
Após o incidente, o exército israelense ordenou “a demolição punitiva do apartamento de três andares em Shu’afat onde moram os pais e três irmãos de Mohammed Zalabani – um deles, um bebê”.
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A ong israelense HaMoked registrou uma moção contra o mandado, indeferida pela Suprema Corte.
“Demolições punitivas de Israel são uma forma de punição coletiva ilegal, que constitui crime de guerra e grave violação da Quarta Convenção de Genebra”, destacou Khulood Badawi, diretora de campanha da Anistia para os territórios ocupados.
A decisão israelense de demolir a casa da família de Zalabani, observou Badawi, “demonstra quão flagrante é o desprezo de todas as instituições de Israel pela lei internacional. Trata-se também de um lembrete sobre o papel da Suprema Corte em impor o regime de apartheid sobre os palestinos”.
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