O ex-primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, acusou os Estados Unidos de tentar fechar a fronteira com a Síria para destituir o regime do presidente Bashar al-Assad.
Em uma série de notas à imprensa, al-Maliki afirmou não ter receios de retaliação ao Iraque, ao denunciar movimentações estrangeiras para fechar a fronteira. Para ele, porém, as ações militares, seja em seu país ou nos Estados vizinhos, são motivo de preocupação pois podem alimentar tensões e volatilidade.
Al-Maliki alegou acompanhar o caso junto de autoridades de segurança, que crêem que tais movimentos não recaem na jurisdição iraquiana.
“O que é certo é que os americanos estão tentando fechar a fronteira entre Iraque e Síria e, embora a razão para tanto não seja clara, pode ter a ver com os movimentos [protestos] no sul da Síria, particularmente em Daraa e Suwayda, com um objetivo específico para o país”, afirmou o ex-premiê.
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Segundo seu relato, em 2011 – quando deflagrou a guerra civil na Síria após repressão do regime a protestos por democracia –, Washington instou seu governo a fechar a fronteira. Na ocasião, al-Maliki supostamente recusou impor um cerco a outro país.
“No passado, quando foi imposto um cerco por mar, ar e terra contra a Síria, e não havia corredor de acesso salvo o Iraque, o governo de Assad foi capaz de sobreviver”, explicou al-Maliki. “Portanto, devemos considerar este fechamento como uma tentativa de sítio à Síria, para mudar a situação no sul e derrubar o regime”, acrescentou.
A Síria vive uma profunda crise econômica – incluindo colapso da moeda, carestia de bens alimentares e escassez de itens básicos. O governo insiste em culpar as sanções ocidentais pelos problemas que assolam a população. Nas últimas semanas, protestos tomaram bastiões tradicionalmente governistas do país.
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