Generais tomaram o poder no Gabão, país centro-africano rico em petróleo, por meio de um golpe anunciado na televisão nacional nesta quarta-feira (30), ao cancelar eleições realizadas no sábado (26), que resultaram na vitória do presidente Ali Bongo ao terceiro mandato.
“Em nome do povo gabonês … decidimos defender a paz ao dar fim ao atual regime”, declararam os comandantes. “Nosso país passa por uma grave crise política”.
Segundo relatos, Bongo está detido no palácio presidencial.
O exército justificou seu golpe por uma “governança irresponsável e instável que incorreu na firme degradação da coesão social e arrisca levar o país ao caos”.
COUP IN 🇬🇦 GABON!
🇫🇷 French backed Ali Bongo has been removed by the Gabonese military, and Gabon military officials have announced their seizure of Power. pic.twitter.com/mzzGLh4Mec
— Rev Laskaris (@REVMAXXING) August 30, 2023
Conforme o Centro Eleitoral do Gabão, Bongo venceu o pleito com 64.27% dos votos; seu principal opositor, Albert Ondo Ossa, ficou com 30.77% dos votos. A oposição alega que o resultado equivale a uma “fraude orquestrada” pelo partido governista.
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O mais novo incidente no país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é o oitavo golpe de Estado realizado na África desde 2020, após Mali, Guiné, Burkina Faso, Chade e Níger. Em julho, membros da guarda presidencial nigerina tomaram o poder e estabeleceram uma junta militar.
“Caso confirmado, trata-se de mais outro golpe militar que agrava a instabilidade em toda a região”, destacou o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell.
“Toda a área, a começar pela República Centro Africana, e então Mali, Burkina Faso, Níger e talvez Gabão, vive uma situação dificílima”, acrescentou Borrell. “Ministros certamente têm de avaliar profundamente o que está acontecendo e encontrar formas de melhorar a nossa política sobre tais países na região”.
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