O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, instruiu o Serviço Penitenciário de Israel (SPI) a reduzir ainda mais as visitas de famílias a palestinos retidos nas cadeias da ocupação, de uma vez por mês a uma única vez a cada dois meses.
“O serviço prisional deve aderir rigorosamente aos requerimentos legais para visitas familiares de prisioneiros de segurança”, declarou Ben-Gvir. “Assim que eu soube da situação, imediatamente ordenei a aplicação da lei”.
Segundo o jornal israelense Haaretz, a decisão foi anunciada apesar de objeções do próprio SPI e do serviço de inteligência interna Shin Bet, que advertiram para uma possível escalada na situação de segurança.
Em resposta, grupos de solidariedade aos presos políticos reportaram planos para resistir à medida, incluindo greve de fome por ao menos duas semanas.
Qaddura Fares, presidente da Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, condenou a ordem de Ben-Gvir como “abordagem racista e retaliatória cujo objetivo é ferir os prisioneiros e suas famílias”.
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“Essa medida infringe tanto os direitos básicos dos prisioneiros palestinos quanto os padrões legais internacionais e mesmo as próprias leis israelenses”, explicou Fares, ao enfatizar que a sociedade palestina manterá seu apoio aos direitos e à dignidade dos prisioneiros.
“Os ataques contínuos de Israel contra os prisioneiros palestinos serão foco de um próximo embate com a ocupação, envolvendo todas as facções, forças e instituições palestinas, que se mobilizam por seus direitos”, prosseguiu Fares. “Nossa posição unívoca, em último caso, derrotará essa abordagem fascista e perigosa, motivada pelo sentimento de frustração por parte de Ben-Gvir, incapaz de cumprir suas promessas eleitorais”.
Em agosto, o Centro de Prisioneiros Palestinos, ong que monitora os direitos humanos dos presos políticos, advertiu contra a ofensiva de Ben-Gvir nas cadeias da ocupação, à medida que o ministro de extrema-direita insiste em assediar cidadãos em custódia.
Neste contexto, cerca de mil prisioneiros palestinos propuseram greve de fome. Muitos são mantidos em detenção administrativa – sem julgamento ou sequer acusação.
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