Israel atraiu US$2.6 bilhões em investimentos estrangeiros no primeiro trimestre do ano vigente, com uma queda vertiginosa de 60%, comparada à média do mesmo período de 2020 e 2022, segundo dados do Ministério das Finanças divulgados nesta quarta-feira (6).
Os recordes de 2021 foram excluídos da análise, considerados atípicos.
A queda abrange transações e investidores.
Segundo dados do Escritório Central de Estatísticas, os recursos de investimento direto caíram em 34%, estimados em US$4.76 bilhões.
Além disso, a média de transações de saída – fusões e aquisições ou ofertas públicas de ações – caiu em 80% a US$56 milhões, dos US$307 milhões de 2020 e 2022.
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O ministério atribuiu os péssimos resultados à desvalorização de empresas de tecnologia radicadas nos Estados Unidos, além de desafios globais, como inflação e carestia de bens devido à invasão russa na Ucrânia.
O relatório admite que a queda pode estar relacionada a “incertezas locais e internacionais”, mas ignora quaisquer vínculos diretos com a reforma judicial do governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que incitou manifestações de massa e receios de relações públicas no país, incluindo a saída de empresas privadas.
Em julho, o governo rejeitou uma análise da agência de crédito Moody’s que advertiu para “efeitos negativos” e “risco considerável” à economia caso a primeira leitura do projeto de lei de tomada judicial fosse aprovada no Knesset (parlamento).
Itay Ben-Zeev, chefe da Bolsa de Ações de Tel Aviv, pediu ao governo que levasse a sério o “grito de alerta”. Netanyahu, no entanto, minimizou a crise, ao descrevê-la como “reação momentânea” e defender as “fundações sólidas” da economia israelense.
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