Após uma longa consulta de segurança na noite deste domingo (10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu adiar o decreto sobre novas restrições aos prisioneiros palestinos até que seu assessor judicial e seu gabinete cheguem a um consenso.
Segundo a agência de notícias Safa, ao citar a televisão israelense, a hesitação de Netanyahu se deve a alertas de chefes das várias agências de segurança do Estado ocupante, ao criticar o aumento das medidas repressivas antes dos feriados judaicos.
Ronen Bar, diretor da agência de inteligência doméstica Shin Bet, advertiu que tais medidas agravariam a escalada na Cisjordânia e outras localidades, e que Netanyahu deve viajar aos Estados Unidos sem alterar as condições de custódia dos prisioneiros palestinos.
“Há gasolina por toda a parte, temos que recolher os fósforos”, declarou Herzi Halevi, chefe do Estado-maior das Forças Armadas. “Vidas israelenses são mais importantes que alterar as condições de pessoas que já estão presas. Essa questão tem de ser discutida apenas depois dos feriados judaicos”.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, criticou seu colega Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) por restringir ainda mais os direitos de visitas familiares dos presos. “Não é correto que após chegarmos a um acordo na quinta-feira, Ben-Gvir decida agir por conta própria”.
Ben-Gvir respondeu com agressividade: “Toda vez é a mesma coisa — o Templo do Monte [Al-Aqsa], os prisioneiros e outras frentes. Não podemos tocar no assunto porque vai causar agitação, então as coisas continuam as mesmas”.
Sob pressão, Netanyahu decidiu encaminhar a matéria ao assessor judicial do governo e seu gabinete. Seu escritório destacou que tal encaminhamento cabe aos poderes do executivo, a fim de proteger o premiê da última palavra.
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