O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve se encontrar com Elon Musk antes de seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, reportou o jornal Haaretz, ao citar informações da televisão israelense.
A suposta reunião entre ambos instigou controvérsia devido a uma onda de antissemitismo deflagrada por comentários de Musk na semana passada.
O bilionário e dono da rede social X, antigo Twitter, ameaçou processar a Liga Antidifamação (ADL), grupo de lobby sionista radicado em Nova York, ao acusá-la de prejudicar sua receita e impor pressão a anunciantes.
“A ADL, tão agressiva em suas demandas para banir contas devido a pequenas infrações, é ironicamente um dos maiores geradores de antissemitismo desta plataforma”, alegou Musk em sua página pessoal, na segunda-feira passada (4).
Críticos apontaram que Musk recorreu a jargões antissemitas para responsabilizar terceiros pelo fracasso de seus negócios. Apoiadores do bilionário, incluindo judeus sionistas, todavia, buscaram defendê-lo e atacar a ADL, gerando uma fissura no apoio a Israel.
Com a polêmica em alta, Abraham Foxman, ex-chefe da ADL, rechaçou o eventual encontro, ao descrevê-lo “neste momento, como insulto à maioria da comunidade judaica americana e ato contraprodutivo na luta contra o antissemitismo nas redes sociais”.
O encontro de Musk e Netanyahu confirma críticas sobre o relacionamento entre Tel Aviv e líderes e figuras conhecidas por declarações conspiratórias e antissemitas.
Em franco contraste com a leniência a figuras como Musk, ativistas solidários aos palestinos sob ocupação — cujas críticas às políticas de colonização e apartheid são legítimas — sofrem difamação sistemática e perseguição política em vários países.