Gilad Erdan, embaixador israelense na Organização das Nações Unidas (ONU), foi removido do plenário da Assembleia Geral nesta terça-feira (19) ao intervir no discurso do presidente iraniano Ebrahim Raisi.
A polícia da ONU aguardou o diplomata na saída do plenário. Após protestos de Israel, Erdan foi liberado.
Erdan ergueu um retrato de Mahsa Amini, jovem cidadã curdo-iraniana morta em custódia da polícia de costumes em Teerã há cerca de um ano, junto dos dizeres “Mulheres iranianas merecem liberdade”.
O incidente ocorreu na 78ª sessão da Assembleia Geral em Nova York.
Ao descrever o presidente iraniano como “genocida”, Erdan rechaçou as Nações Unidas por lhe conceder uma plataforma. As acusações do emissário sionista, porém, ignoram recordes de execuções de civis palestinos por soldados israelenses nos territórios ocupados.
“Saí do salão para deixar claro que o Estado de Israel está ao lado do povo iraniano”, alegou Erdan, após tirar uma foto em meio a manifestantes em frente à ONU.
“Enquanto as Nações Unidas estendem o tapete vermelho ao açougueiro de Teerã, iranianos em Nova York mostram a verdadeira face do aiatolá”, escreveu Erdan na rede social X, antigo Twitter. “Líderes no Irã buscam oprimir e assassinar seu povo, ao exportar terrorismo [sic] e correr para obter armas nucleares. O mundo precisa acordar e ouvir as vozes dos iranianos inocentes! O regime do aiatolá tem de pagar pelos seus crimes”.
Em seu discurso, Raisi argumentou que os Estados Unidos têm de mostrar “boa vontade e determinação” para restaurar o acordo nuclear iraniano assinado em 2015 e revogado pelo então presidente americano Donald Trump. Trata-se de uma promessa de campanha de Joe Biden, incumbente na Casa Branca que deve buscar a reeleição no próximo ano.
Críticos destacaram que Erdan se apropriou indevidamente do movimento de protesto por direitos das mulheres no Irã, ao tentar desviar a atenção de denúncias contra suas próprias violações contra o povo palestino — incluindo mulheres presas e assassinadas.
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