Uma campanha para libertar Amiram Ben-Uliel, colono israelense responsável pela morte da família palestina Dawabsheh, em um ataque incendiário realizado em 2015, arrecadou mais de 1.2 milhões de shekels, ou US$315 mil, segundo informações do jornal Times of Israel.
A petição para anular a pena, sob o título contraditório “Amiram merece justiça”, chegou às manchetes nesta semana após a deputada Limor Son Har-Melech, do partido de ultradireita Otzma Yehudit (Poder Judeu), discursar em um evento de campanha e enaltecer o assassino como “homem santo”.
Até a manhã desta quinta-feira (21), a iniciativa online de financiamento coletivo convenceu seis mil apoiadores a doar NIS 1.203.307 ao terrorista condenado — isto é, US$315.739.
Entre os doadores mais célebres, estão o ex-deputado Moshe Feiglin; Bentzi Gopstein, líder do grupo ultranacionalista Lehava, de posição abertamente racista; Ariel Zilber, ideólogo de direita; e os rabinos de extrema-direita Dov Lior, Elyakim Levanon e Yehuda Shapira.
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Segundo a televisão local, o gabinete do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, negou-se a confirmar rumores sobre seu envolvimento na campanha.
Durante sua fala, registrada em vídeo e compartilhada na terça-feira (19) nas redes sociais, Har-Melech insistiu, após visitar Ben-Uliel na cadeia: “Eu não apoio um assassino! Eu sei que ele é inocente!”
Ben-Uliel foi condenado a três penas perpétuas mais 20 anos de prisão pelo atentado contra a casa da família Dawabsheh na aldeia de Duma, na Cisjordânia ocupada, que matou Riham e Saad Dawabsheh junto de seu filho de 18 meses, Ali Saad.
Apenas o primogênito do casal, Ahmed, então com cinco anos de idade, sobreviveu, apesar de queimaduras graves por todo o corpo.
Em setembro de 2020, Ben-Uliel foi julgado culpado por três acusações de homicídio doloso, duas tentativas de homicídio, incêndio criminoso e conspiração para cometer crime de ódio, como parte de um “atentado terrorista”, como descreveu o tribunal de Israel.
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