A eventual normalização de laços entre Arábia Saudita e Israel seria uma “traição” à causa palestina, alertou nesta quarta-feira (20) o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, durante coletiva de imprensa nos bastidores da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Questionado sobre os rumores de normalização, Raisi primeiro enalteceu a reaproximação entre Teerã e Riad, sob mediação da China, neste ano, ao reforçar avanços nas relações com a monarquia.
“Se o objetivo é trazer segurança ao regime sionista, com certeza, não será bem-sucedido”, reiterou Raisi.
Cremos que um relacionamento entre países da região e o regime sionista é uma facada nas costas do povo palestino e de sua resistência.
Em entrevista à Fox News, Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, confirmou que “a cada dia que passa” a normalização é mais provável. No entanto, sem formalizar avanços.
Bin Salman disse que há negociações em curso, mas insistiu: “Para nós, a questão palestina é importantíssima. Precisamos resolver essa parte”. À agência ultraconservadora de notícias, bin Salman alegou ter esperanças de que as negociações “cheguem ao ponto de melhorar a vida dos palestinos, dado a posição de Israel no Oriente Médio”.
Seus comentários coincidiram com um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Nova York.
O discurso de bin Salman contradiz seu chanceler, Faisal bin Farhan al-Saud, que reafirmou à televisão estatal saudita, nesta semana, que “não há caminho para resolver o conflito senão ao garantir o estabelecimento de um Estado palestino independente”.
Segundo informações, membros do governo de extrema-direita de Netanyahu opõem-se a qualquer gesto que represente concessões aos direitos palestinos; deste modo, ao retirar da mesa as chances de progresso nas negociações com os sauditas.
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