Soldados israelenses à paisana mataram um menino palestino de 15 anos que testemunhou o início de sua invasão ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada. Trata-se da mais recente execução arbitrária perpetrada por tropas da ocupação contra civis palestinos neste ano, marcado por sucessivos recordes de violência.
Em informe divulgado ontem (21), a Defesa da Infância — Palestina (DCIP) relatou que Rafat Omar Ahmad Khamayseh deixou a casa de seu avô em Jenin na terça-feira (19), quando “viu forças especiais israelenses saindo de três carros civis para cercar a residência do pai de um homem procurado por Israel”.
“Rafat fugiu aos gritos — ‘Forças especiais! Forças especiais! Forças especiais! — quando um soldado passou a persegui-lo e então o baleou no abdômen de uma distância de apenas dez metros”, acrescentou o comunicado.
Os soldados voltaram a atirar contra o menino, quando um palestino “atirou-se sobre ele e o arrastou a sua casa, a menos de cinco metros de distância; o homem e sua família abrigaram Rafat por uma hora e meia, à medida que os soldados impediam a entrada de ambulâncias a Jenin”.
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“Uma bala entrou em seu abdômen e saiu pelo lado superior direito de seu tórax”, explicou a denúncia. “Rafat sangrou bastante de sua boca e nariz à espera da ambulância. [Contudo] faleceu antes de chegar ao hospital de Ibn Sina em Jenin”.
O caso de Rafat é o último de uma grave escalada nos assassinatos de palestinos por colonos e soldados israelenses. Ao menos 240 palestinos foram mortos na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza sitiada desde janeiro, incluindo 46 menores de idade.
Grupos de direitos humanos alertam que a execução de crianças e adolescentes palestinos é prática comum dos soldados ocupantes.
“Evidências e investigações do DCIP sugerem que as tropas israelenses exercem uso regular de força letal contra menores palestinos em circunstâncias que provavelmente equivalem a execuções deliberadas e extrajudiciais”, destacou o relatório.
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