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Reino Unido propõe cabo submerso para importar energia do Marrocos

29 de setembro de 2023, às 11h35

Turbinas de energia eólica nos arredores Laayoune, Marrocos [Giovanni Mereghetti/Universal Images Group via Getty Images]

O Reino Unido designou um plano para construir um cabo submarino capaz de importar energia renovável do Marrocos, reportou a agência de notícias Reuters.

A empresa Xlinks — presidida pelo ex-diretor executivo do conglomerado Tesco, Dave Lewis — deseja construir 3.800 km de cabos submarinos para levar energia solar e eólica produzida no Saara a sete milhões de lares britânicos até 2030.

Embora a Xlinks tenha celebrado o reconhecimento de seu projeto pelo governo em Londres como “marco considerável”, muitos desafios permanecem à frente.

Além de precisar construir a maior rede de cabos submarinos de alta voltagem do mundo, a Xlinks tem de assegurar financiamento, contratos de longo prazo e autorizações dos governos francês e espanhol para cruzar águas estrangeiras.

O custo estimado está entre £20 e £22 bilhões ($24.47 bilhões), comentou Lewis ao Financial Times.

Segundo a empresa, o projeto deve criar quase dez mil empregos no Marrocos, dois mil dos quais permanentes, ao favorecer a estratégia de exportação energética do país.

Claire Coutinho, nova secretária de Estado para Segurança Energética e Rede Zero, disse que o projeto tem “importância nacional” por potencialmente ajudar o Reino Unido a transicionar sua demanda energética de combustíveis fósseis a fontes renováveis.

“O projeto proposto pode exercer um papel fundamental em permitir que nosso sistema de energia cumpra seus compromissos de redução de carbono e abastecimento seguro, confiável e acessível aos consumidores”, declarou seu comunicado.

Sob a designação de “importância nacional” aos cabos da Xlinks — que devem aportar no sudoeste da Inglaterra —, a infraestrutura necessária precisa agora ser aprovada pelo governo federal, em vez de autoridades locais.

O plano do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak para chegar a zero emissão de carbono é bastante criticado por minimizar metas sobre carros movidos a derivados de petróleo e subsídios insuficientes a desenvolvedores de energia eólica no país.

Nesta semana, o governo autorizou o desenvolvimento de seu maior campo de petróleo no Mar do Norte em anos, ao alegar necessidade de melhoria na segurança energética.

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