O Paquistão decidiu expulsar mais de um milhão de estrangeiros que vivem “ilegalmente” no país, ao acusá-los de “financiar e facilitar” atos terroristas, reportou a imprensa estatal nesta segunda-feira (2).
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Conforme a sucursal paquistanesa da rede Associated Press, uma fonte anônima relatou que um total de 1.1 milhão de estrangeiros em situação irregular serão expulsos do país somente na primeira fase do plano.
Na segunda fase, serão evacuados cidadãos afegãos; na terceira fase, estrangeiros com visto de residência. Segundo as informações, ao menos 700 mil afegãos têm pendências com seu visto de residência.
O plano foi elaborado pelo Ministério do Interior após consultar as “partes interessadas” e o governo afegão, comandado pelo movimento Talibã. A medida coincide com a repressão em curso contra refugiados afegãos após incidentes de segurança.
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Caso seja executada, será a maior expulsão de refugiados na região na história recente.
Islamabad acusa o Talibã de “orientar” militantes do grupo clandestino Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), responsável por atentados no país. Cabul nega as acusações, ao alegar ter ordenado uma repressão a células terroristas em solo afegão.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1.3 milhão de afegãos são registrados como refugiados; outros 880 mil têm status legal para morar no Paquistão.
Ao menos 700 afegãos foram detidos em setembro apenas em Karachi; centenas em outras cidades, segundo estimativas da polícia. Os refugiados denunciam discriminação, ao acusar agentes de segurança de pedir propina e ignorar documentos legais.
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