Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, alertou na segunda-feira (2) que o Estado libanês é o único responsável por demarcar as fronteiras disputadas com Israel, ao indicar que seu movimento está pronto para coordenar medidas para “libertação” da terra.
O posicionamento de Nasrallah sucede declarações do emissário dos Estados Unidos, Amos Hochstein, de que é hora de regularizar as fronteiras terrestres entre os países, após a Casa Branca mediar um acordo sobre a demarcação marítima.
Durante evento de seu partido na periferia de Beirute, observou Nasrallah: “Se o Estado aceitar as negociações, é problema dele. Não nos cabe dizer se aceitamos ou rejeitamos essa mediação, e consideramos estar fora desse assunto”.
No entanto, prometeu “solidariedade e cooperação” a “qualquer medida que ajude a libertar a terra”.
“Reivindicamos nosso pleno direito aos mares, e reivindicamos nosso pleno direito à terra”, acrescentou Nasrallah. “Isso não é negociável”.
Em outubro passado, Tel Aviv e Beirute assinaram um acordo “histórico” para demarcar as fronteiras marítimas e suspender obstáculos à exploração de petróleo e gás natural no mar Mediterrâneo.
Em setembro, Hochstein insistiu: “Chegou a hora de rever o panorama… o que permitiu um bom resultado no que se refere às fronteiras terrestres, para que trabalhemos também pela paz em terra”.
Sob o acordo, um consórcio de empresas, incluindo Total Energies (França), Eni (Itália) e Qatar Energy, deu início a perfurações no chamado Bloco 9, em 24 de agosto.
Segundo Nasrallah, o consórcio enviou duas solicitações para participar do segundo leilão de exploração nos Blocos 8 e 10, em mares libaneses, ao corroborar “informações preliminares que apontam indicadores positivos no Bloco 9”.
A linha de cessar-fogo, conhecida como Linha Azul, estabelecida pelas Nações Unidas em 2000 para marcar a retirada de Israel do Líbano, inclui 13 pontos em disputa.
De tempos em tempos, surgem tensões em ambos os lados da fronteira.
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