Palestinos mantidos em detenção administrativa anunciaram um dia de greve de fome nesta quinta-feira (5), em solidariedade a Kayed al-Fasfous — concidadão e prisioneiro político que está em seu 62° dia sem se alimentar nas cadeias da ocupação israelense.
Al-Fasfous (34) protesta contra sua própria detenção administrativa — sem julgamento ou acusação. Sua saúde se degradou gravemente na infame clínica da penitenciária de Ramla, segundo informações da agência de notícias Wafa.
Em resposta à omissão das agências de inteligência e das cortes israelenses sobre a matéria, o Alto Comitê Nacional de Emergência dos Prisioneiros Palestinos advertiu contra quaisquer medidas das agências ocupantes que lesem o bem-estar de al-Fasfous, ao responsabilizá-las por sua segurança.
Em comunicado, reiterou o comitê: “Após nossa amarga experiência no caso do covarde assassinato de Khader Adnan, prisioneiros de todas as cadeias não cruzarão seus braços, tampouco permitirão reincidência”.
A Sociedade dos Prisioneiros Palestinos (SPP) reportou a deterioração rápida da saúde de al-Fasfous devido a sua prolongada greve de fome. Ainda assim, soldados ocupantes conduzem revistas diárias em sua cela.
Al-Fasfous, da aldeia de Dura, a sudoeste de Hebron, na Cisjordânia ocupada, permanece encarcerado por Israel sem qualquer acusação formal desde 2 de maio.
Trata-se de seu segundo período na prisão, após quase sete anos em custódia. Seus quatro irmãos, Akram, Khaled, Hafez e Hasan, também são submetidos a detenção administrativa.
Al-Fasfous é casado e pai de uma filha.
Israel emitiu mais de 2.200 mandados de detenção administrativa contra palestinos somente este ano, revelou a SPP em setembro. Ao menos 1.200 pessoas permanecem detidas em tais condições arbitrárias, incluindo 21 menores e três mulheres.