A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e seu homólogo conservador britânico, Rishi Sunak, prometeram colaborar contra migração “ilegal” à Europa, ao reconhecer uma crise humanitária, à medida que naufrágios mataram duas mil pessoas desde janeiro.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Toda semana, milhares de refugiados cruzam o mar Mediterrâneo rumo à Itália. Muitos outros atravessam o Canal da Mancha rumo ao Reino Unido.
Grupos de direitos humanos advertem, no entanto, que a política de confinamento dos refugiados a seus países de origem não soluciona as raízes do problema tampouco será capaz de reduzir os óbitos.
Em uma nota conjunta, publicada nesta quinta-feira (5) pelo jornal italiano Corriere Della Sera, Meloni e Sunak reivindicaram “o mesmo senso de urgência” de toda a comunidade internacional.
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“Trata-se de uma crise ética, na qual gangues criminosas lucram com a miséria dos mais vulneráveis”, alertaram ambos. “Trata-se de uma crise humanitária, à medida que botes precários já ceifaram mais de duas vidas neste ano”.
“Trata-se de uma crise europeia: como apontou a presidente [Ursula] van der Leyen durante sua visita a Lampedusa, no mês passado, a decisão de quem entra na Europa deve caber aos países, não a contrabandistas e traficantes”.
Meloni e Sunak recorreram a um discurso populista segundo o qual a guerra aos imigrantes deverá restaurar a confiança de seus cidadãos ao Estado, enquanto supostamente protege o papel histórico de ambos os países como asilo internacional.
“Nossa determinação em tratar do problema já traz frutos”, prosseguiu a nota. “As nações de nosso continente pouco a pouco reconhecem que a abordagem atual não funciona. Há uma consciência cada vez maior de que é necessário colaborar com medidas mais severas contra o tráfico humano”.
Meloni e Sunak — cuja chegada ao poder foi marcada pela ascensão da ultradireita global e a subsequente crise institucional — prometeram cooperar em outros setores. “De fato, hoje somos as duas nações mais próximas da Europa”.
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