A Jordânia enviou um “memorando de protesto” a Tel Aviv nesta quarta-feira (4) sobre as incursões de colonos ilegais ao complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
Mais de mil colonos invadiram o complexo islâmico na quarta-feira, na ocasião do feriado judaico do Sucot.
O Sucot é um feriado de uma semana, entre 29 de setembro e 6 de outubro, encerrando a temporada de festividades judaicas do Ano Novo (Rosh Hashanah).
Em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Jordânia confirmou encaminhar seu repúdio à embaixada israelense em Amã, para protestar contra as “incursões de colonos e deputados extremistas ao Nobre Santuário de Al-Aqsa, sob escolta da polícia”.
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O memorando também condena “restrições de acesso a fiéis na mesquita, além da profanação de túmulos islâmicos e da escalada contra cristãos”.
“Israel, como potência ocupante, deve aderir a suas obrigações concernentes a Jerusalém e seus lugares santos, sobretudo Al-Aqsa, conforme o direito internacional”, comentou Sufian Qudah, porta-voz da chancelaria jordaniana.
Qudah instou o governo israelense a interromper ações lesivas à santidade de Jerusalém, assim como esforços para mudar o status legal e histórico da cidade sagrada.
O memorando reitera que Al-Aqsa, com seus 144 dunums de terra, é local de culto exclusivo a muçulmanos.
“O Departamento de Waqf e a Administração de Assuntos de Al-Aqsa em Jerusalém, sob gestão da Jordânia, têm autoridade única sobre todas as matérias relativas ao local e seu acesso”, enfatizou Qudah.
O reino hachemita detém custódia oficial dos santuários islâmicos e cristãos de Jerusalém desde 1924. Al-Aqsa é o terceiro lugar mais sagrado para o islamismo. Judeus extremistas chamam a área de “Monte do Templo”, em alusão a um suposto santuário da Antiguidade.
Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade — medida jamais reconhecida internacionalmente.
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