O ataque surpresa lançado pelo movimento de resistência Hamas a partir da Faixa de Gaza sitiada, desviou o enfoque da crise palestina ao infringir um golpe à campanha recente dos Estados Unidos para normalizar laços entre Israel e Arábia Saudita.
No sábado (7), as Brigadas al-Qassam, braço militar do Hamas, lançou a chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, com milhares de foguetes e incursões por terra nos assentamentos ao sul do território designado Israel — capturado durante a Nakba ou “catástrofe”, em 1948, mediante limpeza étnica.
Israel respondeu com novos bombardeios a localidades civis e densamente povoadas de Gaza, pequeno território costeiro sob cerco há anos.
A ação de resistência é inédita em décadas, sob o quadro de uma escalada de violência colonial contra palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia.
Dentre as repercussões, está a interrupção das conversas sobre um eventual tratado entre Riad e Tel Aviv, que culminaria uma série de entendimentos do tipo entre Estados árabes e Israel, após Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão.
Ativistas denunciaram os pactos por não apresentar soluções às agruras vividas pelo povo palestino, o que incorreria em uma nova escalada. A lei internacional prevê a resistência à ocupação e colonização como legítima — incluindo a resistência armada.
No atual contexto, o premiê israelense Benjamin Netanyahu voltou a afirmar que Israel está em “guerra”, em contraponto a seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro, no qual exaltou uma “nova era de paz” por meio da normalização saudita.
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