Deputada Rashida Tlaib critica financiamento dos EUA a políticas de apartheid

Rashida Tlaib, membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, criticou o apoio financeiro incondicional da administração de Joe Biden às práticas de apartheid israelenses, ao denunciar sua contribuição aos ciclos de violência israelo-palestinos.

“Lamento os palestinos e israelenses que perderam sua vida ontem, hoje e todos os dias”, reiterou Tlaib — primeira deputada de raízes palestinas a chegar ao Capitólio — em nota. “Estou determinada como nunca a lutar por um futuro justo onde todos possam viver em paz, sem medo e com verdadeira liberdade, igualdade e dignidade”.

“O caminho para este futuro deve integrar a suspensão do bloqueio, o fim da ocupação e o desmantelamento do regime de apartheid que cria condições sufocantes e desumanizantes que incorrem na resistência”, reivindicou a deputada, membro do Partido Democrata.

“O fracasso em reconhecer a violenta realidade de viver sob cerco, ocupação e apartheid faz com que ninguém esteja seguro”, reafirmou. “Ninguém, nenhuma criança em nenhum lugar tem de sofrer e viver com medo da violência. Não podemos ignorar a humanidade em cada um de nós”.

“Enquanto nosso país fornecer bilhões de dólares em apoio incondicional ao regime de apartheid, este ciclo desolador de violência continuará”, acrescentou Tlaib.

Sua colega de câmara, Cori Bush, alertou que respostas militares somente agravarão a crise: “Nosso foco é chegar a uma paz justa e duradoura que garanta a segurança de todos. Temos de fazer nossa parte para acabar com a violência e o trauma ao encerrar o apoio do governo americano ao exército de ocupação e apartheid de Israel”.

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Em uma série de discursos e comunicados nos últimos dias, Biden insistiu que seu país apoia Israel. O secretário de Defesa, Lloyd Austin, disse no sábado (7) que o Pentágono “trabalhará para garantir que Israel tenha tudo o que é preciso para se defender [sic]”.

Para 2023, o Congresso americano alocou US$3.8 bilhões em ajuda a Israel. Segundo fontes oficiais, a assistência de Washington à ocupação totaliza US$158 bilhões.

Como potência ocupante — agressora, segundo o direito internacional — a reivindicação de “autodefesa” de Israel é uma falácia, à medida que a resistência à colonização é considerada legítima pelas mesmas normas.

Em torno das 6h15 de sábado (7), as Brigadas al-Qassam, braço armado do movimento de resistência Hamas, lançaram a Operação Tempestade de Al-Aqsa, contra postos militares e assentamentos no território designado Israel — ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, mediante limpeza étnica, em 1948.

A ação é resposta às violações do regime de apartheid na Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, a escalada de violência colonial na Cisjordânia e o cerco militar sufocante imposto contra Gaza há 17 anos.

Em retaliação, Israel anunciou sua Operação Espadas de Ferro, com ataques aéreos indiscriminados a Gaza desde então.

Um total de 765 palestinos foram mortos pelos três dias de bombardeio israelense a áreas civis de Gaza, incluindo 140 crianças, segundo o Ministério da Saúde do território costeiro. Mais de quatro mil pessoas ficaram feridas.

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