Esforços continuam em Israel para compor um “governo de emergência nacional”, incluindo partidos oposicionistas de “centro” e “esquerda”, para combater a Operação Tempestade de Al-Aqsa, campanha da resistência palestina liderada pelo movimento Hamas.
Conforme o jornal Yedioth Ahronoth, representantes do partido Likud, chefiado pelo premiê Benjamin Netanyahu, e o grupo oposicionista de Benny Gantz — ex-general e ex-ministro da Defesa — se encontraram nesta segunda-feira (9) para debater um consenso sobre esforços de repressão.
Gantz afirmou prontidão em juntar-se ao governo de seu longevo adversário para constituir um “mini-gabinete ministerial” cujo intuito é atacar a Faixa de Gaza.
Avigdor Lieberman, líder do partido Yisrael Beiteinu, afirmou no domingo (8) estar disposto a coligar-se ao atual governo sob a condição de que o premiê, seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, e seu chefe do exército, Herzl Halevi, “prometam destruir o Hamas”.
O ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, notório deputado de extrema-direita, consentiu com a adesão de Gantz e Lieberman ao bloco governista desde que concordem em “esmagar o Hamas”.
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Ativistas observam que o racismo institucional e as ações beligerantes de Israel são questão de Estado e não de governo, ao transcender divisões políticas ou partidárias.
Ben-Gvir e Lieberman, por exemplo, são colonos radicados em assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada, conhecidos por posições abertamente racistas. Gantz, durante seu mandato como chefe do exército, prometeu “devolver Gaza à idade da pedra”.
Todos os assentamentos israelenses nos territórios ocupados, assim como seus colonos, são ilegais sob a lei internacional. Em contrapartida, toda resistência à ocupação e colonização é considerada legítima — incluindo a resistência armada.
Gaza vive sob cerco militar israelense por ar, mar e terra desde 2006.
Em resposta à surpreendente ação de resistência do último sábado, Gallant (ministro da Defesa) ordenou a interrupção no envio de comida, água, insumos e energia elétrica, ao descrever os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais”.
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