Israel e Estados Unidos planejam criar um “corredor humanitário” para que os moradores da Faixa de Gaza sitiada fujam ao Egito, relatou nesta quarta-feira (11) Saleh Naami, especialista palestino em assuntos israelenses.
“Há um complô entre americanos e sionistas contra a resistência palestina e eles querem que o Egito colabore com isso”, declarou Naami.
Conforme a rádio estatal israelense Kan, Naami confirmou a possibilidade de um “corredor humanitário”, mas destacou que a passagem será deferida apenas à saída de pessoas, sem permitir a entrada de alimentos, água ou combustível.
Para Naami, a ideia é possibilitar que Israel converta Gaza em “terra arrasada”, para expulsar os palestinos da região. Tais práticas são consistentes com décadas de denúncias de limpeza étnica, em nome de um etnoestado exclusivamente judaico.
“A liderança egípcia deve exercer sua soberania sobre a travessia de Rafah e permitir a entrada de comida, água e combustível”, advertiu Naami.
Nesta terça-feira (10), um oficial egípcio de alto escalão alertou contra empurrar palestinos indefesos à fronteira do Sinai, enquanto políticos e partidos israelenses sugerem um êxodo de massa sob duro bombardeio a Gaza.
Israel lançou sua mais recente ofensiva contra Gaza no último sábado (7), após combatentes da resistência romperem a cerca nominal, em resposta aos 17 anos de cerco e uma escalada exponencial de ataques de colonos e soldados em Jerusalém e na Cisjordânia.
Cerca de 900 palestinos — incluindo 260 crianças e 230 mulheres — foram mortos, além de 4.500 feridos. Os números israelenses, anunciados pelo exército da ocupação, estacionaram em 900 mortos e 2.400 feridos.
Quase 2.4 milhões de palestinos sofrem um desastre humanitário sob a agressão em curso contra Gaza. O massacre deixou civis sem teto, ao privá-los de necessidades básicas, como água, comida, eletricidade e medicamentos.
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