Bombardeios israelenses matam 11 funcionários da UNRWA, confirma agência

Jennifer Austin, vice-diretora de questões de Gaza da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), reportou 11 mortes entre seus colegas devido à recente campanha de bombardeios israelenses ao território sitiado, até então.

“Estou profundamente triste em confirmar que 11 profissionais da UNRWA foram mortos desde 7 de outubro na Faixa de Gaza, incluindo cinco professores, uma ginecologista, um engenheiro, um assistente social e outros três trabalhadores”, declarou Austin.

Conforme seu relato, alguns foram mortos em suas casas, junto de suas famílias.

“A UNRWA está de luto pela perda de nossos colegas e famílias”, prosseguiu Austin. “Equipes das Nações Unidas e civis devem ser protegidos durante todo o curso do conflito. Instamos o fim dos combates para poupar vidas civis”.

A UNRWA provê serviços básicos a refugiados palestinos em todo Oriente Médio, incluindo Gaza. A agência emitiu uma atualização nesta quarta-feira (11) sobre as condições em Gaza desde o início dos ataques israelenses.

Ao menos 218.600 novos deslocados internos buscaram abrigo em 92 escolas da UNRWA em Gaza. O número continua a subir dia, à medida que Israel intensifica seus ataques. Há também pessoas em escolas do governo e outros prédios.

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No total, ao menos 340 mil palestinos voltaram a sofrer deslocamento em Gaza, conforme dados divulgados às 16h00 locais de terça-feira.

Segundo a agência, mais de 5.300 funcionários operam para responder à situação de emergência, em circunstâncias extremas. Estradas foram destruídas ou tomadas por escombros, sob intenso bombardeio israelense a áreas civis.

Os abrigos estão superlotados; seus estoques de comida e água estão acabando.

O agravamento do cerco implica ainda em um desastre hídrico, sem energia elétrica para operar bombas e usinas de dessalinização. Há ainda escassez de combustível.

Uma força tarefa de emergência hídrica foi estabelecida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Escritório de Direitos Humanos (OCHA) para buscar soluções.

Não há acesso humanitário a alimentos e outros bens essenciais. Em coordenação com o Programa Alimentar Mundial (PAM), a UNRWA buscou distribuir pão aos deslocados nos abrigos e em outras localidades.

Um centro de saúde da UNRWA foi atingido pelos bombardeios nesta terça, elevando o total de instalações afetadas a 21 localidades até então.

Apenas oito dos 22 centros de saúde da UNRWA em Gaza estavam funcionando para prover serviços primários até a manhã de terça-feira. Segundo a agência, estoques de remédio não foram afetados por ora.

No entanto, uma clínica da UNRWA em Jabaliya, no norte de Gaza, deve ficar sem medicamentos dentro de 14 dias.

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Reservas de diesel para alimentar os centros de saúde estão decaindo drasticamente e têm menos de duas semanas até se esgotarem. Caso os estoques não sejam restabelecidos nos próximos dias, há alto risco de que duas clínicas da agência fechem as portas.

Parte dos serviços de coleta de lixo e transferência a aterros foi retomada nos campos de refugiados, a fim de reduzir riscos sanitários.

Reservas de água em Jabaliya, Khan Younis e Rafah estão estimadas em 10 mil metros cúbicos bombeados de nove poços artesianos. A provisão de água via caminhões-pipa continua na região de Khan Younis a diversos abrigos de emergência.

Quase meio milhão de pessoas — ou 112 mil famílias — não conseguiram receber suas rações quinzenais da UNRWA após os centros de distribuição de alimentos fecharem as portas em 7 de outubro.

Com o aumento no número de deslocados internos, banheiros químicos e chuveiros móveis foram instalados em algumas localidades. A UNRWA distribuiu colchões, cobertores e galões de água nos abrigos. Pessoas com necessidades especiais têm prioridade; a quantidade de insumos é insuficiente para todos.

Um centro de saúde da UNRWA na Cidade de Gaza e três caminhões em sua porta se tornaram “danos colaterais” de um ataque israelense a um edifício próximo.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 1.100 palestinos foram mortos até então, incluindo 326 crianças. Dos 5.339 palestinos feridos, ao menos 744 são mulheres e 1.217 são crianças.

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