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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Casa Branca se retrata por fake news sobre ‘decapitação de bebês’

Presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington D.C., 28 de agosto de 2023 [Celal Günes/Agência Anadolu]

A Casa Branca se retratou de alegações difundidas pelo presidente Joe Biden nas quais sugeriu ter visto imagens de crianças israelenses mortas por combatentes das Brigadas al-Qassam, braço armado do movimento de resistência Hamas.

Durante encontro com líderes da comunidade judaica  na Casa Branca, declarou o presidente: “Nunca pensei que veria imagens de terroristas decapitando crianças”.

Após as falas de Biden, corporações de imprensa em todo o mundo passaram a propagar os rumores facciosos de “bebês decapitados” por militantes palestinos. Repórteres em campo, no entanto, negaram quaisquer evidências das supostas atrocidades.

O repórter israelense Oren Ziv, da rede +972 Magazine, escreveu na plataforma social X (Twitter): “Estou recebendo perguntas sobre relatos de ‘bebês decapitados pelo Hamas’, publicados após a imprensa visitar o local. Não vimos qualquer evidência disso; comandantes e o porta-voz do exército tampouco mencionaram tais incidentes”.

“Lamentavelmente, Israel usará agora tais alegações falsas para intensificar seu bombardeio a Gaza e justificar seus crimes de guerra”, concluiu Ziv.

Após ser exposta a campanha de desinformação, um porta-voz da Casa Branca afirmou ao The Washington Post que nem Biden nem qualquer oficial americano viu as fotografias ou verificou os relatos.

Segundo o porta-voz, as declarações do presidente se basearam em relatos difundidos por um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reportados pela mídia sionista.

LEIA: Jornalistas israelenses desmentem grande imprensa sobre decapitação de bebês

O Hamas também contestou as acusações em nota, ao condenar a “difusão de propaganda da ocupação israelense, repleta de mentiras e fabricações, como tentativa de encobrir seus crimes e massacres realizados 24 horas por dia — dentre os quais, crimes de guerra e genocídio”.

“Os combatentes palestinos estão alvejando postos e bases militares e de segurança de Israel — todos alvos legítimos”.

O Hamas reiterou instruções a seus combatentes para evitar atacar civis, ao apontar para testemunhos televisionados de diversos colonos.

O presidente americano alegou ter informado Netanyahu da necessidade de aderir às regras de guerra, apesar de reforçar seu apoio às necessidades bélicas de Israel para “defender suas suas cidades e cidadãos”, incluindo munição e interceptores do sistema antimísseis Domo de Ferro.

Biden insistiu que, caso os Estados Unidos vivenciassem um ataque surpresa semelhante à operação de sábado passado (7), sua resposta seria “rápida, decisiva e esmagadora”.

Israel lançou sua recente ofensiva contra Gaza após combatentes da resistência romperem a cerca nominal, em resposta aos 17 anos de cerco e uma escalada exponencial de ataques de colonos e soldados em Jerusalém e na Cisjordânia.

Cerca de mil palestinos — incluindo 300 crianças — foram mortos, além de cinco mil feridos.

Quase 2.4 milhões de palestinos sofrem um desastre humanitário sob a agressão em curso contra Gaza. O massacre deixou civis sem teto, ao privá-los de necessidades básicas, como água, comida, eletricidade e medicamentos.

O cerco equivale a punição coletiva — portanto, crime de guerra sob o direito internacional.

ASSISTA: Israel bombardeia civis que tentam fugir de Gaza na travessia de Rafah 

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