Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita, disse ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que seu regime rejeita os ataques israelenses a civis e infraestrutura essencial na Faixa de Gaza.
Em reunião neste domingo (15), em Riad, bin Salman sugeriu que “o reino busca intensificar a comunicação e os esforços para acalmar a situação e interromper a escalada em Gaza”, ao reivindicar respeito à lei humanitária internacional e fim do cerco.
Blinken — contumaz apoiador do apartheid israelense, figura de vanguarda na propaganda de guerra de cunho racista promovida pela Casa Branca, em favor do genocídio na Faixa de Gaza — descreveu o encontro como “bastante produtivo”.
Seu porta-voz, Matthew Miller, insistiu que Blinken “destacou o firme enfoque dos Estados Unidos em conter os ataques terroristas [sic] lançados pelo Hamas, garantir a libertação de todos os reféns e impedir que o conflito se espalhe”.
A terminologia “terrorista” é carregada de conotação ideológica e racista, historicamente utilizada para criminalizar movimentos de resistência contra forças coloniais — legítimos conforme a lei internacional.
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A ocupação nos territórios palestinos, assim como a punição coletiva imposta a Gaza e os avanços coloniais na Cisjordânia, é terminantemente ilegal.
O encontro entre Blinken e bin Salman coincide com anúncios do exército israelense de que se prepara para uma invasão por terra contra a Faixa de Gaza. Conforme relatos, a escalada descarrilou esforços de normalização saudita-israelense.
Observadores, alertam para risco de genocídio, à medida que políticos israelenses prometem exterminar os palestinos da área.
Conforme autoridades de Gaza, ao menos 2.750 pessoas foram mortas pelos bombardeios israelenses até então — um quarto, crianças —; outras dez mil ficaram feridas. Mil pessoas continuam desaparecidas, provavelmente sob os escombros.
O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, também se reuniu com Blinken — chefe de política externa do regime em Washington.
Bin Farhan destacou a urgência de ações conjuntas para evitar a extensão da crise, proteger civis e estabelecer áreas seguras e corredores humanitários a Gaza.
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