Israel interrompe cuidados médicos a prisioneiros palestinos

Prisioneiros políticos palestinos em custódia de Israel estão sem acesso a cuidados médicos, sob negligência criminosa e punição coletiva das autoridades ocupantes, reportou hoje (16) uma nota conjunta da Autoridade de Assuntos dos Prisioneiros e do Clube dos Prisioneiros Palestinos — ong que monitora violações.

O comunicado expressou profunda apreensão sobre as medidas degradantes impostas por Israel, que impactam o bem-estar dos detidos, ao privá-los de necessidades básicas, como água, comida, eletricidade e medicamentos.

Tais medidas são parte de uma estratégia ampla de isolamento e punição coletiva contra os prisioneiros palestinos, destacou a nota. O alerta reiterou ainda que uma das medidas mais lesivas aos detidos é a recusa de transferir pacientes a clínicas ou hospitais, interrompendo seu tratamento.

Há também receio de surtos de doenças após carcereiros israelenses passarem a negar a coleta de lixo e esgoto das celas. O acesso à água foi bastante restrito.

Prisioneiros palestinos na maioria das instalações tampouco podem usar os chuveiros e tiveram roupas confiscadas por agentes carcerários.

LEIA: Israel corta água e luz a mais de cinco mil prisioneiros palestinos

As ações coincidem com a imposição de um cerco absoluto contra a Faixa de Gaza — “sem luz, sem água, sem comida nem nada”, como declarou o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ao descrever os palestinos como “animais”.

O território costeiro, com 2.4 milhões de habitantes, continua sob bombardeio intensivo de Israel há uma semana.

Ao menos 2.750 pessoas foram mortas até então — um quarto, crianças —; outras dez mil ficaram feridas. Mil pessoas continuam desaparecidas, provavelmente sob os escombros.

Israel prepara uma invasão por terra, sob o pretexto de “destruir o Hamas”. Observadores, no entanto, alertam para risco de genocídio, à medida que políticos israelenses prometem exterminar os palestinos.

Há ao menos 5.250 prisioneiros palestinos nas cadeias de Israel, incluindo 170 crianças.

As organizações reafirmaram que, além dos cortes em água, comida e eletricidade, forças da ocupação agrediram severamente os prisioneiros durante revistas arbitrárias.

A nota condenou as condições nas cadeias israelenses como “um dos exemplos mais graves e sistemáticos de punição coletiva em décadas”.

A escalada sucedeu uma campanha de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira a Israel, em 7 de outubro. A punição coletiva é ilegal segundo a lei internacional; a resistência — incluindo a resistência armada — é legítima.

LEIA: Não é um conflito restrito a Hamas-Israel: A causa palestina pertence ao mundo

O comunicado reforçou apelos urgentes à comunidade internacional para intervir e dar fim aos crimes de Israel, incluindo ação direta junto ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Sair da versão mobile