Após bombardeio israelense contra o Hospital Baptista al-Ahli na Faixa de Gaza, Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), emitiu um comunicado em vídeo denunciando o genocídio e o terrorismo de Estado contra o povo palestino, reivindicando do governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva que rompa relações com Israel.
Segundo o porta-voz do serviço de defesa civil de Gaza, Mahmoud Basal, o ataque israelense ao centro médico representa uma ação “sem precendentes”, como nova escalada na política continuada de crimes de guerra e genocídio.
“Não há feridos, todos estão mortos”, reiterou Basal.
Após o atentado, Rabah divulgou um duro comunicado no qual denunciou o terrorismo de Estado por parte de Israel.
“Nós queremos neste momento, enquanto Federação Árabe Palestina do Brasil, pedir ao Estado brasileiro, ao governo brasileiro, ao ministério de Relações Exteriores e ao presidente Lula que rompam imediatamente [relações] com o Estado de Israel, rebaixe as relações com este Estado terrorista e peça a seu embaixador se retirar do Brasil”, declarou Rabah.
“O que estamos vendo hoje é um banho de sangue como jamais visto na Palestina histórica, é um genocídio programado, a execução do extermínio de uma população, é uma limpeza étnica que nunca cessou, mas que, neste momento, é feita com requintes de bárbarie”.
“Nós queremos que o Brasil, neste momento, expulse o embaixador do ente terrorista de nosso país”, acrescentou Rabah. “Queremos também que o Brasil investigue os agentes do sionismo no Brasil, que perseguem acadêmicos, que estão lançando uma campanha de ódio para defender um ente sionista em forma de Estado, Israel, que já cometeu todos os crimes possíveis de lesa-humanidade denunciados pela ONU, entretanto, segue sendo normalizado por países como o Brasil”.
“Chega, fora Israel já”, concluiu Rabah.
O número de vítimas no Hospital Baptista ainda é incerto; estima-se mais de mil mortes, entre pacientes, familiares, médicos e pessoas que buscavam abrigo no hospital cristão.
Israel mantém bombardeios ininterruptos à Faixa de Gaza sitiada desde 7 de outubro, como punição coletiva aos 2.4 milhões de civis no território costeiro, em retaliação a uma ação de resistência do movimento Hamas, que cruzou a fronteira, capturou colonos e equipamentos militares.
Pouco antes do massacre no Hospital Baptista, aidna na terça-feira, o Ministério da Saúde do governo palestino advertiu que Israel estava bombardeando arredores de centros médicos com intuito de danificá-los indiretamente e prejudicar o tratamento de feridos.
Um dos bombardeios, reportou a pasta, atingiu o Hospital Europeu em Khan Yunis, no sul de Gaza, ao dificultar gravemente a entrada e saída de profissionais e pacientes.
Outro ataque alvejou o entorno do Hospital de al-Karama, no norte de Gaza.
Um terceiro atingiu a vizinhança do Hospital Pediátrico al-Naser, estilhaçando janelas de vidro sobre pacientes internados em condições variadas.
Gaza permanece sem abastecimento de água, energia elétrica, comida e combustível. Ao promover o cerco absoluto contra os palestinos de Gaza, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, os descreveu como “animais”.
Mais de três mil palestinos morreram até então, incluindo mais de 800 crianças, além de dez mil feridos. Milhares continuam presos sob os escombros — provavelmente mortos.
Israel se recusa a abrir um corredor humanitário. As ações equivalem a genocídio, punição coletiva e crime de guerra.
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