O grupo palestino conhecido como Jihad Islâmica condenou como “mentiras” as acusações aventadas pelo exército israelense de que a resistência armada foi responsável pelo ataque que destruiu o Hospital Baptista al-Ahli, na Faixa de Gaza.
“O inimigo sionista tenta arduamente escapar de sua responsabilidade pelo massacre brutal que cometeu ao bombardear o Hospital Baptista em Gaza, mediante sua costumeira fábrica de mentira, ao apontar o dedo em riste ao grupo de Jihad Islâmica na Palestina”, destacou a organização em comunicado.
“Reafirmamos, portanto, que as acusações postas pela ocupação são falsas e infundadas”, acrescentou.
Após bombardear o hospital, deixando ao menos 500 mortos — entre pacientes, médicos e pessoas deslocadas que se abrigavam no local —, Israel aventou a versão de que a explosão decorreu de um foguete disparado pela resistência palestina.
A escala da destruição e registros de vídeo e imagem, no entanto, demonstram o contrário, com elementos característicos da tecnologia bélica israelense.
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Hananya Naftali, assessor de Netanyahu, chegou a vangloriar-se do ataque na rede social X (Twitter): “A Força Aérea de Israel atingiu uma base terrorista do Hamas [sic] dentro de um hospital em Gaza. Diversos terroristas mortos [sic]”. Mais tarde, apagou a postagem.
Antes de atacar o hospital, Israel instruiu sua evacuação, apesar de alertas internacionais de que a transferência de pacientes que dependem de suporte para sobreviver — como bebês recém-nascidos e pacientes de diálise e quimioterapia — não é possível.
Para “provar” a versão das tropas ocupantes, apologistas de guerra recorreram a um vídeo transmitido uma hora antes do ataque, às 18h59 do horário local —, embora o bombardeio tenha ocorrido às 19h50. Uma investigação da rede Al Jazeera identificou o momento exato do ataque por meio de análise de vídeos.
A mudança de discurso coincide com a campanha de desinformação e propaganda de guerra adotada por Israel para justificar o genocídio a Gaza.
O Hospital Baptista não tratava apenas feridos, mas também abrigava pessoas que deixaram o norte de Gaza sob instruções de Israel para “salvar suas vidas”. Milhares de crianças e suas famílias acreditavam ter encontrado um refúgio.
O local foi tomado pelas chamas. Vídeos mostram corpos mutilados entre os escombros.