Bombardeio israelense a igreja ortodoxa em Gaza mata oito e fere dezenas

Ataques aéreos israelenses contra Gaza sitiada destruíram a igreja mais antiga do território costeiro — a Igreja Greco-ortodoxa de Santo Porfírio, com mais de 1.600 anos. Em torno de 150 palestinos se abrigavam no local no momento do bombardeio; oito morreram, dezenas se feriram.

A maioria das vítimas são mulheres e crianças, entre cristãos e muçulmanos.

Jatos israelenses bombardearam o local na noite de quinta-feira (19), danificando a fachada e demolindo um prédio adjacente pertencente à paróquia.

Equipes da defesa civil trabalham para extrair os corpos e feridos dos escombros, reportou a agência de notícias Wafa.

O partido palestino Hamas, que governa Gaza, rechaçou o ataque ao santuário cristão: “A máquina de crimes sionista insiste em aprofundar seu quadro de terrorismo ao alvejar de maneira odienta a antiga Igreja Greco-ortodoxa de Santo Porfírio”.

O exército israelense não comentou o incidente.

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Na manhã desta sexta-feira (20), Israel conduziu novos bombardeios a Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, matando e ferindo dezenas de pessoas.

Segundo o Ministério do Interior do governo local, seis residências foram destruídas, nove pessoas morreram e 60 ficaram feridas.

A agência de notícias Wafa, no entanto, identificou ao menos 21 mortos e 79 feridos.

Gaza sofre bombardeios ininterruptos perpetrados por Israel desde 7 de outubro, além de uma escalada no cerco militar, em retaliação a uma operação de resistência do movimento Hamas que cruzou a fronteira e capturou soldados e colonos.

A campanha de resistência culminou de meses de violações israelenses em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco contra Gaza.

Sob cerco, o território vive uma crise humanitária severa — sem eletricidade, água, comida, combustível ou medicamentos. Ao promover os esforços de punição coletiva, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reivindicou um “imediato cessar-fogo humanitário” para atenuar o “épico sofrimento humano”.

Ao menos 3.478 palestinos foram mortos até então, com cerca de dez mil feridos.

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