O exército da ocupação israelense executou ao menos 597 massacres contra civis palestinos na Faixa de Gaza sitiada desde o começo da agressão em curso, em 7 de outubro, confirmou Salama Marouf, chefe de imprensa do governo local.
As informações são da rede de notícias Quds Press.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (23), Marouf alertou que os bombardeios em curso contra áreas civis, ameaças de atacar hospitais e demandas para evacuação às pressas representam uma perigosa escalada que indica planos para cometer crimes de guerra.
Segundo Marouf, o incidente mais grave foi o ataque ao Hospital Baptista al-Ahli, na Cidade de Gaza, deixando 500 mortos — entre pacientes, médicos e pessoas que buscavam abrigo no local.
Logo após o ataque, Israel aventou a versão de que a explosão decorreu de um foguete disparado pela resistência palestina. A escala da destruição e registros de vídeo, porém, demonstram o contrário, com elementos característicos da tecnologia bélica israelense.
Hananya Naftali, assessor de Netanyahu, chegou a vangloriar-se do ataque na rede social X (Twitter): “A Força Aérea de Israel atingiu uma base terrorista do Hamas [sic] dentro de um hospital em Gaza. Diversos terroristas mortos [sic]”. Mais tarde, apagou a postagem.
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Antes de atacar o hospital, Israel instruiu sua evacuação, apesar de alertas internacionais de que não seria possível transferir pacientes que dependem de suporte para sobreviver, como bebês recém-nascidos e pacientes de diálise e quimioterapia.
Nesta segunda-feira (23), o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, juntou-se ao coro de desinformação ao sugerir que o míssil que atingiu o hospital partiu de Gaza.
Segundo Marouf, os conselhos administrativos de hospitais públicos e privados em Gaza insistem que não é possível evacuar pacientes críticos, ao reivindicar de Israel adesão ao direito humanitário internacional.
Marouf destacou que alvejar civis é crime de guerra sob as Convenções de Genebra de 1949 e protocolos adicionais. Além disso, reiterou a urgência de permitir a entrada de combustível a Gaza para garantir que os hospitais continuem a operar.
O massacre em Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, campanha de resistência do grupo Hamas, que atravessou a fronteira por terra e capturou soldados e colonos. Trata-se de punição coletiva, genocídio e crime de guerra.
A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza.
Ao menos 5.087 pessoas — entre os quais, 1.023 mulheres e 2.055 crianças — foram assassinadas por Israel até então, além de 15.273 feridos. Outros milhares continuam desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.
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