Após ser libertada pela resistência palestina na noite desta segunda-feira (23), Yocheved Lifshitz (85), confirmou à imprensa que os reféns israelenses são tratados humanamente durante toda sua custódia na Faixa de Gaza.
Ao falar do dia em que foi levada de sua casa, em um assentamento próximo a Gaza, Lifshitz relatou ter sido transportada “por campos arados” em uma motocicleta, antes de entrar em uma “teia de aranha” de túneis subterrâneos.
“Eles pareciam realmente bem preparados”, afirmou Lifshitz. “Eles esconderam isso por bastante tempo e cuidaram de todas as necessidades das pessoas, até mesmo xampu e condicionador”.
“Eles nos deram pão, queijo, uma espécie de requeijão cremoso e pepino, e era isso que comíamos todos os dias”, acrescentou.
When asked what she meant by the gesture of shaking a Hamas gunman's hand, freed hostage Yocheved Lifshitz, 85, says 'because they treated us very nicely'.
"They seemed really prepared and had concealed it for a long time," she added.
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— Sky News (@SkyNews) October 24, 2023
Lifshitz foi capturada como prisioneira de guerra durante a chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira a Israel e tomou em custódia colonos e soldados, em 7 de outubro de 2023.
Em retaliação, Israel lançou bombardeios ininterruptos à Faixa de Gaza, deixando cinco mil mortos até então, incluindo reféns.
Sharone, filha de Lifshitz, traduziu o relato: “Minha mãe diz que eles foram muito amigáveis. Deram remédio e cuidaram deles. Um dos homens que estava com elas estava muito ferido por causa de um acidente de moto. Um paramédico lhe deu remédios e antibióticos”.
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“As pessoas eram amigáveis e mantinham o lugar limpo”, reiterou Sharone. “Minha mãe diz que eles foram muito cuidadosos e trataram de suas necessidades”.
Sharone criticou o governo israelense por não levar a sério a possibilidade de uma ofensiva da resistência palestina, após meses de escalada colonial em Jerusalém e Cisjordânia, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Em contrapartida, a resistência se preparou.
A senhora de 85 anos é uma das quatro prisioneiras libertadas por razões humanitárias pelo movimento Hamas, entregue a equipes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na noite de segunda-feira, então transportada ao Egito e Israel.
Em vídeo, Lifshitz volta-se a um militante palestino para apertar sua mão, ao dizer “Shalom” (adeus), após este escoltá-la. Questionada pela rede Sky News sobre o motivo para o gesto, respondeu: “Nos trataram muito bem”.
Segundo Israel, ao menos 200 pessoas continuam em custódia da resistência em Gaza.
Khaled Meshaal, ex-líder do gabinete político do movimento Hamas, reportou ontem que ao menos 22 reféns foram mortos pelos bombardeios indiscriminados de Israel até então.
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