Médico realiza cesariana em vítima dos bombardeios de Israel, salva bebê

Um bebê palestino foi salvo por uma cirurgia cesariana de emergência realizada por médicos do Hospital Naser de Gaza. A operação foi realizada na mãe assassinada por um bombardeio israelense ao território sitiado.

As informações são da agência de notícias Wafa.

A intervenção crítica tornou-se necessária quando Raneem Hijazi — em estágio avançado de gravidez — foi atingida e morta por um ataque aéreo israelense contra distritos civis de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

O dr. Asa’d al-Nawajha, do departamento de terapia intensiva do Hospital Naser, confirmou: “Vivemos uma história de tragédia humanitária sendo repetida dia após dia em Gaza, como resultado dos bombardeios israelenses”.

Raneem foi transportada ao Hospital Naser para preservar a vida de seu bebê. Após a cirurgia, o bebê foi posto em uma incubadora e permanece estável.

Raneem estava entre as quase um milhão de pessoas forçadas a deixar suas casas e buscar refúgio no norte de Gaza, reportou a agência de notícias Wafa.

ASSISTA: Crianças de Gaza chamam por suas mães

Cerca de 50 mil grávidas encontram dificuldades de acesso a cuidados de saúde devido aos ataques a instalações médicas.

Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 130 bebês prematuros em incubadoras podem morrer em minutos, ao passo que o combustível dos geradores se esgota e Israel mantém todo o território sem energia elétrica.

Ao promover o cerco absoluto a Gaza — sem luz, água ou comida —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos locais como “animais”.

O massacre em curso na Faixa de Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira por terra e capturou colonos e soldados, em 7 de outubro deste ano.

A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Os ataques israelenses desde então equivalem a punição coletiva, genocídio e crime de guerra.

Ao menos 5.791 pessoas — dentre as quais, mais de duas mil crianças — foram mortas por Israel até então, além de mais de 15 mil feridos. Outros milhares continuam desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.

ASSISTA: ‘Eles mataram minha mãe, já não mataram o suficiente?’ 

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