Um bebê palestino foi salvo por uma cirurgia cesariana de emergência realizada por médicos do Hospital Naser de Gaza. A operação foi realizada na mãe assassinada por um bombardeio israelense ao território sitiado.
As informações são da agência de notícias Wafa.
A intervenção crítica tornou-se necessária quando Raneem Hijazi — em estágio avançado de gravidez — foi atingida e morta por um ataque aéreo israelense contra distritos civis de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
O dr. Asa’d al-Nawajha, do departamento de terapia intensiva do Hospital Naser, confirmou: “Vivemos uma história de tragédia humanitária sendo repetida dia após dia em Gaza, como resultado dos bombardeios israelenses”.
This is an unnamed premature baby. His mother, Fatima al-Hirsh, was killed by Israel's bombardment on Gaza along with his entire family. She was still pregnant, and doctors delivered him as she drew her last breath. We will name him Naji, survivor, for now. Israel’s aggression is… pic.twitter.com/tL4fwskBG3
— Husam Zomlot (@hzomlot) October 24, 2023
Raneem foi transportada ao Hospital Naser para preservar a vida de seu bebê. Após a cirurgia, o bebê foi posto em uma incubadora e permanece estável.
Raneem estava entre as quase um milhão de pessoas forçadas a deixar suas casas e buscar refúgio no norte de Gaza, reportou a agência de notícias Wafa.
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Cerca de 50 mil grávidas encontram dificuldades de acesso a cuidados de saúde devido aos ataques a instalações médicas.
Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 130 bebês prematuros em incubadoras podem morrer em minutos, ao passo que o combustível dos geradores se esgota e Israel mantém todo o território sem energia elétrica.
Ao promover o cerco absoluto a Gaza — sem luz, água ou comida —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos locais como “animais”.
O massacre em curso na Faixa de Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira por terra e capturou colonos e soldados, em 7 de outubro deste ano.
A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Os ataques israelenses desde então equivalem a punição coletiva, genocídio e crime de guerra.
Ao menos 5.791 pessoas — dentre as quais, mais de duas mil crianças — foram mortas por Israel até então, além de mais de 15 mil feridos. Outros milhares continuam desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.
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