Ao condenar o massacre israelense contra a Faixa de Gaza, Munir Akram, embaixador do Paquistão na Organização das Nações Unidas (ONU), enfatizou que a resistência legítima contra a ocupação não pode ser equiparada a terrorismo.
A elucidação do diplomata veterano desmente a cobertura hegemônica da imprensa corporativa, de cunho racista, que opera em favor da propaganda de guerra.
Ao Conselho de Segurança da ONU, em reunião realizada nesta terça-feira (24), Akram destacou condenar o terrorismo em todas as suas formas e manifestações. Entretanto, segundo o direito internacional, a luta por autodeterminação e libertação dos povos é legítima, observou o diplomata.
“É a supressão desta luta que é ilegal”, explicou Akram, ao denunciar as ações de punição coletiva realizadas por Israel em Gaza e na Cisjordânia.
“Um Estado que ocupa à força um território estrangeiro não pode invocar o direito à autodefesa contra aqueles que oprime ilegalmente”,
acrescentou.
Akram pediu um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza.
“Ao longo da história, potências coloniais rotularam movimentos de libertação nacional como terrorismo”, recordou o diplomata. “Alguns dos membros deste Conselho de fato ofertam proteção a aliados que oprimem os povos ocupados na Palestina e Caxemira”.
O embaixador lamentou a “incapacidade” do Conselho de Segurança em providenciar um cessar-fogo: “A responsabilidade repousa sobre aqueles que contribuem para prorrogar o conflito”.
Israel realiza ataques contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação de resistência do movimento Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados.
Os habitantes de Gaza estão sem comida, água, remédios, combustível e eletricidade, sob cerco militar absoluto. Ao promover suas ações de punição coletiva — ilegais sob o direito internacional —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu a população local como “animais”.
Ao menos 6.546 pessoas foram mortas até então, além de 15 mil feridos e milhares de desaparecidos sob os escombros.
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