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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Contra ceticismo ‘desumanizante’ de Biden, entidades confirmam mortalidade em Gaza

Familiares lamentam a morte de seus entes queridos após bombardeios israelenses, no Hospital Nasser de Khan Yunis, na Faixa de Gaza, 25 de outubro de 2023 [Belal Khaled/Agência Anadolu]

Comentários do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pondo em dúvida o índice de mortos pelos bombardeios israelenses, atraíram a indignação de associações de direitos humanos diante de sua retórica desumanizante contra os palestinos.

A Human Rights Watch (HRW) rechaçou veementemente as alegações de que a mortalidade anunciada pelo Ministério da Saúde de Gaza seja suspeita, após Biden ecoar a campanha de desinformação do exército israelense.

“Não tenho como saber se os palestinos estão falando a verdade sobre quantas pessoas foram mortas”, disse o presidente. “Certamente há inocentes e esse é o preço da guerra, mas não tenho confiança alguma no número que eles estão usando”.

Pouco antes das declarações facciosas de Biden, o Ministério da Saúde de Gaza confirmou 7.028 mortos, incluindo 2.913 crianças, pelos bombardeios israelenses. O número atual já supera 7.326 vítimas, além de 18 mil feridos.

Segundo o Monitor Euromediterrâneo, entre mortos e desaparecidos — provavelmente mortos —, os índices de Gaza já superam o genocídio de Srebrenica em 1995. Conforme pesquisadores, a campanha em Gaza representa “um exemplo clássico de genocídio”.

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As alegações de Biden foram desmentidas por grupos notáveis de direitos humanos.

“Monitoramos as violações de direitos humanos em Gaza há três décadas, incluindo diversas rodadas de hostilidades. Entendemos que os dados concedidos pelo Ministério da Saúde são confiáveis”,

declarou Omar Shakir, diretor regional do HRW.

“Ao fazermos nossa própria investigação independente sobre incidentes particulares e compararmos nossas estimativas com aquelas do Ministério da Saúde, não há grandes discrepâncias”, reiterou Shakir.

“De modo geral, suas estatísticas são consistentes com o que vimos em campo nos últimos dias. Centenas de ataques aéreos incidem todos os dias a uma das áreas mais densamente povoadas do mundo”,

acrescentou.

“Vimos imagens por satélite, vimos os prédios destruídos, e os números divulgados estão de acordo com o que podemos esperar pelo que vemos em campo. Somando tudo isso, ficamos bastante confiantes na estimativa de baixas”, explicou Shakir.

Um oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou ao periódico britânico The Guardian que sua agência usa e verifica os números do ministério há anos e que os dados são confiáveis.

“Não há nada que nos diga que os números são inventados”, comentou a fonte. “Analisamos alguns dos bombardeios israelenses e a mortalidade estimada pelo Ministério da Saúde para casos particulares está de acordo com o que vimos nas guerras passadas”.

A fim de contrapor a propaganda de guerra promovida por Biden, o Ministério da Saúde de Gaza emitiu um documento de 212 páginas com os nomes e documentos de identidade dos palestinos mortos pelo atual massacre israelense.

A indagação de Biden sobre a veracidade dos corpos — sem qualquer prova — segue um padrão de desinformação da imprensa corporativa e de líderes ocidentais aliados a Israel. Críticos observam que a campanha de desumanização do povo palestino avaliza as ações israelenses — equivalentes a punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

“Biden deveria assistir alguns dos vídeos e se perguntar se as crianças mutiladas removidas das ruínas de suas casas são uma fabricação ou um preço aceitável da guerra”, comentou o Conselho de Relações Islâmico-Americano, ao exigir uma retratação do presidente por sua postura “chocante e desumanizante”.

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