A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho advertiu para uma “catástrofe” na Faixa de Gaza sitiada, à medida que a falta de bens combustíveis torna pouco a pouco os hospitais em cemitérios.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“A situação humanitária em Gaza é mais do que catastrófica, após 12 hospitais e 32 centros de saúde deixarem de operar devido a falta de combustíveis ou bombardeios”, alertou Mey Sayegh, chefe de comunicações da entidade, nesta sexta-feira (27).
Sayegh reiterou que a quantidade de socorro que entrou em Gaza desde o fim de semana passado, quando Israel permitiu a passagem de três comboios, não supriu sequer 4% das demandas da população carente.
“Gaza não tem água potável ou eletricidade há três semanas, cada palestino recebe por dia uma média de um a três litros de água, muito distante da média de 15 litros estimada pelas Nações Unidas para cada indivíduo em tempos de catástrofe”, acrescentou.
Sayegh advertiu ainda que a falta de combustível em Gaza afeta a segurança hídrica da população, culminando no risco de epidemias, com impacto ainda maior às operações humanitárias do território costeiro.
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“Nós, como federação composta por 191 sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o mundo, insistimos desde o começo do conflito na necessidade de permitir a entrada de combustível em Gaza”, recordou Sayegh.
Seu apelo também abarcou a proteção a civis que entregam ajuda humanitária, após quatro funcionários do Crescente Vermelho serem mortos a serviço.
O massacre em curso na Faixa de Gaza é retaliação à chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, ação de resistência do grupo Hamas que cruzou a fronteira por terra e capturou colonos e soldados, em 7 de outubro deste ano.
A ação decorreu de recordes de escalada colonial em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco militar a Gaza. Os ataques israelenses desde então equivalem a punição coletiva, genocídio e crime de guerra.
Ao promover o cerco absoluto a Gaza — sem luz, sem água, sem comida —, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.
Ao menos 7.326 pessoas — dentre as quais, quase três mil crianças — foram mortas por Israel até então, além de mais de 18 mil feridos. Outros milhares estão desaparecidos — provavelmente mortos — sob os escombros.