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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ex-chefe da OTAN chama Netanyahu de ‘pior político na história de Israel’

Javier Solana em Barcelona, Espanha, 18 de setembro de 2023 [Carlos Alvarez/Getty Images]

Javier Solana, ex-secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) disse nesta segunda-feira (30) que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, é o “pior político na história de Israel”, segundo informações da agência Anadolu.

“Nada de bom vai vir disso”, disse Solana à emissora espanhola Cadena Ser, em alusão aos bombardeios israelenses em retaliação a uma operação de resistência do grupo Hamas no início do mês. “Porém, pode fazer com que Netanyahu desapareça da política”.

Sem medir palavras, Solana (81) destacou que, apesar de seu apoio a Israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “não gosta nada, nada de Netanyahu, como qualquer pessoa que esteja envolvida nessa conflito há um bom tempo”.

“Os dois não são amigos, só não são inimigos”, acrescentou o diplomata aposentado. “Biden jamais recebeu Netanyahu na Casa Branca, por exemplo”.

Solana, porém, contradisse declarações inflamatórias de Biden ao alegar que o presidente americano tenta pressionar Netanyahu a não repetir os erros cometidos no Iraque após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, utilizados para promover a chamada “guerra ao terror”.

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Solana foi chefe da OTAN entre 1995 e 1999 e chefe de diplomacia da União Europeia de 1999 a 2009.

Segundo seu relato, durante sua carreira, o diplomata passou “muito tempo em Gaza”, sobretudo ao monitorar a travessia de Rafah com o Egito em nome da União Europeia, mantendo um programa assistencial de 19 meses com início em 2005.

Solana foi além, ao rechaçar os chamados Acordos de Abraão, que normalizaram relações entre Israel, por um lado, e Emirados Árabes Unidos e Bahrein, por outro, como “enorme erro”, ao subverter a ideia de reconhecimento como prerrogativa da paz.

“Penso que ideia de paz por reconhecimento ou reconhecimento por paz era uma ideia bonita”, acrescentou.

Em referência ao contexto que antecipou a ofensiva do Hamas, Solana culpou Netanyahu por “impor uma tremenda campanha para se tornar um autocrata”, ao concentrar-se nos planos de reforma judicial para remover poderes do judiciário em favor do executivo, que levaram a meses de protestos de massa em Israel.

Ao promover sua biografia — Testemunha de tempos incertos, em tradução livre — Solana refletiu sobre a conjuntura política ampla do mundo contemporâneo.

“Este momento na história é marcado por dois grandes aspectos: primeiro, o mundo não é mais somente as grandes potências; segundo, a maioria das pessoas não está no Ocidente”, afirmou Solana. “No Ocidente, ainda acreditamos ter controle sobre o mundo; claramente, no entanto, não é este o caso”.

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