O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) reafirmou o alerta nesta terça-feira (31) para o crescimento exponencial do número de crianças mortas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando Israel respondeu a uma operação da resistência palestina com medidas de punição coletiva e bombardeios indiscriminados a áreas civis.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Nossos maiores temores sobre o número de crianças mortas, indo de dezenas a centenas e então milhares, se materializaram em apenas quinze dias”,
comentou James Elder, porta-voz da Unicef em coletiva de imprensa em Genebra.
Elder lamentou que o número de menores de idade mortos pelos bombardeios da ocupação israelense já exceda 3.450 vítimas. “É apavorante que este número continue a subir dia após dia”, prosseguiu. “Gaza se tornou um cemitério de crianças, um inferno na terra para todos”.
Elder reiterou os apelos da Unicef por um cessar-fogo imediato e acesso humanitário ao enclave palestino, ao observar que as crianças não somente morrem devido aos ataques, como também devido à falta de tratamento médico.
“Ameaças à infância vão além das bombas”, complementou, ao notar casos de trauma e desidratação crescente no território palestino.
Cerca de 940 crianças permanecem desaparecidas em Gaza, recordou o porta-voz, muitas delas sob os escombros. Outras milhares sofrem de trauma, como a filha de um colega da Unicef que começou a arrancar os cabelos e ferir as pernas devido ao estresse.
No fim de semana, o exército israelense intensificou sua ofensiva desde 7 de outubro, perpetrada em retaliação a uma ação de resistência que cruzou a fronteira.
Ao promover sua escalada, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçou a retórica desumanizante de seu gabinete, suas Forças Armadas e apoiadores, ao proclamar uma “guerra santa” contra as “crianças das trevas”.
As ações israelenses equivalem a punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
LEIA: Quantos caminhões seriam necessários para transportar 3.300 caixões de crianças?